O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda não firmou uma data específica para divulgar os dados completos da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) referentes a maio e junho, mas informou que irá anunciar com antecedência quando essas informações serão publicadas. A coleta e apuração da PME foram afetadas em duas das seis regiões metropolitanas que compõem a pesquisa, em função da greve dos servidores do IBGE, que começou em 26 de maio.

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Nesta quinta-feira, 24, foram divulgados os dados para Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, mesmas regiões para as quais os dados de maio já estavam disponíveis. Estão pendentes as informações de Porto Alegre e Salvador. Segundo a técnica Adriana Beringuy, da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, há atraso na supervisão e no controle das informações coletadas.

“O trabalho de supervisão e controle ainda está sendo realizado para Porto Alegre e Salvador. É um trabalho mais demorado porque não é a equipe local. Funcionários que trabalham com pesquisas domiciliares foram deslocados para ajudar”, informou Adriana.

Para as regiões metropolitanas de Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, a coleta e o processamento dos dados ocorreram normalmente, atingindo o aproveitamento da amostra necessário para garantir a qualidade do dado. Os porcentuais de pesquisas realizadas em cada região metropolitana ficaram dentro do padrão em Recife (85,8%), Belo Horizonte (92,0%), Rio de Janeiro (89,6%) e São Paulo (89,7%) em junho.

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“Esses porcentuais permitem a divulgação dos dados sob medidas de controle e supervisão. Eles permitem analisar a conjuntura da região naquele momento e naquele mês, e também a comparação com outros momentos da série histórica”, garantiu a técnica.

Em Salvador, um dos obstáculos é que, para garantir a qualidade do dado e homologar a inclusão na pesquisa, os técnicos retornam aos domicílios para confirmar ou esclarecer informações. “Principalmente em Salvador está havendo a necessidade de volta ao domicílio. De todo o modo, a coleta começou dentro do prazo, mas pode ter atrasado uma semana ou outra por conta disso”, disse Adriana.

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Representantes do sindicato declararam na manhã de hoje que querem “construir uma saída para o movimento grevista”, mas para isso pedem uma “solução digna”. Segundo a diretoria da executiva nacional do sindicato que representa os funcionários, o Assibge-SN, Ana Magni, o principal obstáculo para a volta ao trabalho é a demissão de temporários, vista como uma represália a quem aderiu à greve. Além disso, eles pedem a inclusão de suas reivindicações na pauta de um grupo de trabalho com a direção do órgão.

O último balanço do IBGE mostra que 19 unidades estaduais apoiam a greve, e cerca de 10% dos funcionários estão parados. Hoje, o instituto conta com cerca de 5,9 mil efetivos e 4,339 mil temporários.