A menor produção de automóveis e de caminhões explica a queda na fabricação de bens de capital e de bens de consumo duráveis na passagem de março para abril, afirmou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Em abril, a produção de bens de consumo duráveis registrou o segundo resultado negativo consecutivo, com a queda de 1,6%, após já ter recuado 3,3% em março. Em dois meses, a queda foi de 4,8%.

“A categoria de bens de capital acompanha esse movimento de duráveis e, consequentemente, da indústria geral, na medida em que assinala também o segundo recuo consecutivo. Em dois meses, a queda acumulada foi de 4,5%”, observou Macedo.

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A produção de bens de capital caiu 0,5% em abril, após uma perda de 4% no mês anterior. “Claramente, o recuo da produção dos automóveis em conjunto com o recuo da atividade de caminhões afetam os bens de capital e duráveis”, justificou o gerente do IBGE.

Segundo Macedo, o setor automobilístico sofre perdas em função da redução da demanda. “A redução das vendas para o mercado interno e o prejuízo das vendas no mercado internacional para parceiros importantes, isso de alguma forma vem diminuindo o ritmo da produção industrial, com impacto em bens de capital quando fala de caminhões, assim como a produção de automóveis tem impacto nos bens duráveis”, explicou.

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O gerente da pesquisa lembrou que várias plantas industriais do setor registraram paralisações dos trabalhos ou reduções de jornada. Mas, ainda assim, a atividade de veículos permanece mês a mês com um nível de estoque acima do seu padrão habitual, lembrou ele.

Apesar dos prejuízos nas linhas de montagem de caminhões e automóveis, a atividade de veículos automotores registrou aumento de 0,6% em abril ante março. Macedo explicou que o segmento teve impacto positivo de outros produtos que engloba, como autopeças, motor, chassis e carrocerias.

Na passagem de março para abril, 12 entre as 24 atividades pesquisadas registraram redução na produção. Os destaques negativos foram metalurgia (-2,7%), produtos de minerais não-metálicos (-1,5%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-1,6%), produtos de madeira (-3,2%), produtos de borracha e de material plástico (-0,9%) e móveis (-2,3%).

A indústria como um todo apontou recuo de 0,3% no período.