IBGE: juros e inflação afetam produção industrial

A produção industrial nas 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem seguido o ritmo irregular da indústria nacional, alternando taxas positivas e negativas, avaliou o técnico Fernando Abritta Figueiredo, da coordenação de indústria do Instituto.

Segundo ele, fatores como a alta de juros, a inflação elevada e o crescimento menor do crédito – o que derruba o consumo das famílias e compromete a confiança do empresariado – ajudaram a dar volatilidade ao indicador.

Em São Paulo, onde a produção caiu 0,3% em novembro ante outubro, os resultados têm sido igualmente erráticos, como se observa na sequência de resultados em agosto (+3,8%), setembro (-2,1%) e outubro (+2,3%).

Na comparação anual, a indústria paulista produziu 0,6% menos do que em novembro de 2012. Nesse tipo de comparação, 10 das 20 atividades mostraram arrefecimento na produção, com destaque para a indústria farmacêutica (-16%), edição e impressão (-15,2%) e alimentos (-8,1%), ressaltou Figueiredo. Outros setores em queda foram vestuários, bebidas e borrachas e plásticos.

A boa notícia, segundo Figueiredo, é que a indústria de máquinas e equipamentos está em alta. Em novembro, a expansão foi de 12,9% em relação a igual mês do ano anterior.

Entre as principais quedas, Goiás e Santa Catarina anularam boa parte da expansão que vinham tendo nos últimos meses. No Estado goiano, onde a produção de medicamentos genéricos é um braço forte da indústria, o setor de farmacêuticos tem registrado forte oscilação. Esse desempenho compromete a atividade de produtos químicos, que gerou grande peso negativo em novembro.

Ainda em Goiás, o setor de alimentos e bebidas e a indústria extrativa também registraram queda na atividade em novembro em relação a igual mês do ano anterior. Apesar disso, o Estado ainda sustentou alta de 9,2% nesse tipo de comparação (a despeito de ser o destaque de queda, com -4,1% em novembro ante outubro).

Já em Santa Catarina, a queda de 3,1% em novembro ante o mês imediatamente anterior veio acompanhada de uma retração de 2,7% em relação a novembro de 2012.

Segundo Figueiredo, 6 das 11 atividades no Estado recuaram, com destaque para máquinas e equipamentos, alimentos e celulose.

Positivo

No Nordeste e na Bahia, a forte recuperação da produção industrial na margem recupera parte das perdas recentes, causadas principalmente pelo apagão na região, avaliou Figueiredo. Ainda assim, no caso do Nordeste, a queda na indústria de alimentos, que tem peso importante na região, impede uma recuperação ainda maior e coloca a produção de novembro ainda em recuo de 0,3% em relação a novembro de 2012.

Na Bahia, a boa notícia é a recuperação de 4,6% na indústria de produtos químicos em relação a igual mês de 2012. “No polo de Camaçari, o apagão afetou a produção, e é uma atividade difícil de retomar mesmo depois da normalização (do fornecimento de energia)”, analisou Figueiredo.

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