O mercado de trabalho está estagnado há três meses e somente a geração de mais postos de trabalho poderá reverter essa situação segundo o gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azeredo. "O mercado de trabalho reflete uma falta de dinamismo da economia em gerar mais postos", disse. Segundo ele, a economia vai bem, mas não cresce o suficiente para reduzir a taxa de desemprego.
Azeredo explica que a taxa de desemprego tende a cair no segundo semestre, como ocorre historicamente, mas, com a economia mais dinâmica, o ponto de inflexão da taxa poderia ocorrer mais cedo, já em maio, o que não aconteceu. "A economia vai bem, mas isso não se reflete no mercado de trabalho, que está estagnado há três meses, sem evolução alguma", disse. Ele explicou que não é possível saber quanto o Produto Interno Bruto (PIB) teria de crescer para que houvesse a criação de mais vagas.
A taxa de desemprego apurada pelo IBGE em maio foi de 10,1%, exatamente a mesma apurada em março e abril. O número de ocupados permaneceu praticamente estável (0,1%) em maio ante abril nas seis regiões, ainda que tenha crescido 2,7% ante maio de 2006. Esses pequenos crescimentos na ocupação não têm sido suficientes para levar a uma queda na taxa.
O lado positivo dos dados do mercado de trabalho nas seis regiões metropolitanas divulgadas hoje pelo IBGE é, segundo Azeredo, a manutenção da melhor qualidade no mercado de trabalho. "Há uma maior formalização do mercado e aumento do rendimento, isso está claro", disse. Ele exemplifica que o número de trabalhadores com carteira assinada aumentou 0,4% (variação insignificante estatisticamente, segundo o gerente) em maio ante abril, enquanto o grupo dos sem carteira registrou variação de -2,3% nessa base de comparação. Ante maio do ano passado, o emprego com carteira aumentou 3,9%, enquanto o sem carteira recuou 1,3%,
No caso do rendimento médio real dos trabalhadores, houve variação de 0,3% em maio ante abril e de 3,9% ante maio de 2006. "É um fato positivo o aumento da renda e do emprego formal, num momento em que não há geração de vagas e o desemprego não cede", disse,