A queda de 0,5% no rendimento médio real dos trabalhadores das seis principais regiões metropolitanas verificada em agosto, com relação a julho, reflete o aumento da inflação. A análise é do gerente da pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo.
A renda calculada na pesquisa é deflacionada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação da camada de renda mais baixa da população, na média das seis regiões. Com a pressão dos preços dos alimentos, o INPC tem registrado aumentos superiores ao IPCA.
A queda na renda em agosto foi a terceira consecutiva apurada pelo IBGE em relação a mês anterior mas, segundo Azeredo, esses recuos refletem também o aumento do número de ocupados. Segundo ele, como os salários iniciais são mais baixos, a geração de novas vagas acaba tendo algum reflexo negativo nos dados de rendimento.
Na comparação com agosto do ano passado o resultado da renda média foi positivo (1,2%), mas foi o pior resultado desde junho de 2005. O gerente da pesquisa atribui também essa perda de ritmo na expansão da renda ante igual mês de ano anterior ao aumento da inflação.