A indústria operava em agosto 17,8% abaixo do pico de produção registrado em junho de 2013, segundo os resultados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da queda de 0,8% registrada em agosto ante julho, os patamares de produção mais baixos da série ficaram para trás, garantiu André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

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“A indústria estava 17,1% abaixo do pico de produção em julho. Com a entrada dessa queda de 0,8% em agosto, aumenta esse distanciamento. Mas essa distância já foi superior a 20%. Claro que ainda se encontra muito distante do nível mais elevado de produção. Mas os patamares mais baixos da série foram deixados para trás”, afirmou o gerente da pesquisa.

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O recuo na produção industrial na passagem de julho para agosto interrompeu quatro meses seguidos de resultados positivos, período em que acumulou um ganho de 3,3%.

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A menor produção de açúcar prejudicou o desempenho da indústria alimentícia, mas também houve reduções nos segmentos de máquinas e equipamentos, derivados de petróleo e indústrias extrativas. Segundo Macedo, derivados de petróleo vêm registrando recuos por conta do cenário de menor demanda doméstica por combustíveis, enquanto a extrativa incorporou perdas por paralisações de algumas plataformas de petróleo para manutenção.

Na comparação com agosto do ano passado, porém, a indústria teve avanço de 4,0% na produção, com crescimentos em 20 dos 26 ramos investigados.

“Esse espalhamento de crescimento (entre as atividades) é a melhor situação desde julho de 2013. Naquela ocasião eram 21 com taxas positivas e cinco com redução na produção”, lembrou Macedo.

A atividade de veículos automotores teve um salto de 28,2%, melhor desempenho desde janeiro de 2013, quando cresceu 41,9%. O segmento exerceu a maior influência positiva na formação da média da indústria em agosto.

Outras contribuições positivas relevantes foram de produtos alimentícios (4,7%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (22,1%), indústrias extrativas (2,6%), produtos do fumo (63,0%), produtos de borracha e de material plástico (4,9%), perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (11,0%), produtos diversos (14,2%) e móveis (12,0%).

Entre as seis atividades com redução na produção, as perdas mais relevantes foram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,7%), outros equipamentos de transporte (-14,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-5,8%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,8%).

Difusão

O índice de difusão da indústria, que mede o porcentual de produtos com avanço na produção, aumentou de 54,4% em julho para 55,7% em agosto, segundo o IBGE. O índice de difusão não ficava acima de 50% por dois meses consecutivos desde 2013, lembrou André Macedo. “Então também tem uma sinalização pelo índice de difusão dessa melhora na produção”, apontou.

O pesquisador garante que a indústria permanece com característica de melhora gradual, apesar da queda de 0,8% registrada em agosto ante julho. No período, a maioria das atividades teve avanço. Na comparação com agosto de 2016, a alta de 4,0% foi resultado de crescimentos em 20 dos 26 ramos pesquisados. “E a queda em 12 meses está muito próxima da estabilidade (-0,1%). É fato que tem algum ritmo de melhora da produção mesmo com essa queda na margem”, disse Macedo.

No ano, a indústria teve um aumento de 1,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. A base de comparação baixa – a indústria tinha recuado 8% no mesmo período do ano passado – ajudou na magnitude de alta de algumas atividades, mas ainda há sinais de recuperação. Houve resultados positivos em três das quatro categorias de uso, 15 dos 26 ramos e 52,4% dos 805 produtos pesquisados.

As atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias (13,9%) e indústrias extrativas (6,6%) exerceram as maiores influências na formação da média da indústria de janeiro a agosto. Outras contribuições positivas relevantes foram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (20,7%), produtos do fumo (22,4%), metalurgia (2,4%), máquinas e equipamentos (2,7%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (4,9%).