O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) inaugura, nesta quarta-feira, 21, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), ajudando a preencher uma lacuna nas estatísticas sobre a economia brasileira. O objetivo é medir e acompanhar o setor de serviços, abrangendo pouco mais da metade das atividades. A PMS produzirá índices nominais de receita bruta, desagregados por atividades e com detalhes para alguns Estados. Os primeiros estudos para a elaboração da PMS são de 2009 e a pesquisa foi iniciada em 2011, ano-base de referência para o cálculo dos indicadores. Nesta quarta-feira, 21, o IBGE divulgará os resultados de junho de 2013 e uma série histórica de meses anteriores, a partir de janeiro do ano passado.

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Todos os meses, a PMS trará quatro tipos de índice: o índice de base fixa, que permite o cálculo da variação de um mês contra a média do ano de 2011; o índice do mês frente a igual mês do ano anterior; o índice acumulado no ano (compara os índices acumulados de janeiro até o mês do índice com os de igual período do ano anterior); e o índice acumulado em 12 meses (compara o índice acumulado dos últimos 12 meses com os de igual período imediatamente anterior). Inicialmente, não haverá divulgação de dados com ajuste sazonal (mês contra mês imediatamente anterior). Segundo o IBGE, a dessazonalização requer a existência de uma série histórica de aproximadamente quatro anos.

O índice geral terá resultados para Brasil e todas as unidades da federação. Já o índice por atividade será apresentado em cinco grupos, desagregados em dez atividades, apenas para o Brasil. Em nível menor de desagregação (somente nos cinco grupos), o índice por atividade será divulgado para 12 Estados: Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal.

A PMS monitora as empresas de serviços com 20 ou mais pessoas ocupadas. A amostra da pesquisa é de quase 9,5 mil empresas, distribuídas em todos os Estados e no Distrito Federal. Para os Estados da região Norte, são incluídas apenas as firmas sediadas nos municípios das capitais – com exceção do Pará, onde são consideradas também as dos municípios da região metropolitana de Belém. Assim como as demais pesquisas do IBGE, a PMS estará no Sistema de Recuperação de Dados Agregados (Sidra), que permite a construção de tabelas de acordo com informações selecionadas pelo próprio usuário.

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Atualmente, o peso do setor de serviços é de 67,5% do valor adicionado bruto (renda gerada pela atividade econômica) do Produto Interno Bruto (PIB) e de 62,1% dos postos de trabalho. No entanto, a PMS abrange 36,5% do valor adicionado bruto e 34,6% dos postos de trabalho, segundo o IBGE. Ficam de fora serviços financeiros e de seguros, administração pública, serviços de saúde, serviços de educação, assistência social e serviços sem fins lucrativos.

Polêmica

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A falta de dados precisos sobre os serviços começou a gerar polêmica entre economistas no ano passado. Os primeiros debates surgiram com discrepâncias entre estimativas de analistas e os dados apresentados pelo IBGE para o PIB – um dos primeiros objetos de polêmica foram os serviços de intermediação financeira, que não são captados pela PMS.

Em abril deste ano, a LCA Consultores fez um estudo, antecipado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, sugerindo uma subestimação no PIB de serviços. Pelos cálculos da consultoria, o crescimento econômico de 2012 teria sido de 2,9% e não 0,9%. Isso explicaria a resistência do mercado de trabalho, com aumento real de renda e geração de empregos, mesmo em época de crescimento baixo – que, na verdade, não seria tão baixo assim. Após a reportagem do Broadcast, o tema foi debatido em reunião entre a presidente Dilma Rousseff e os economistas Luiz Gonzaga Belluzzo, Delfim Netto e Yoshiaki Nakano.

Em junho, na semana seguinte à divulgação do PIB do primeiro trimestre – que, mais uma vez, surpreendeu, ao vir abaixo da estimativa de consenso entre analistas -, a LCA Consultores voltou ao tema em relatório, comparando estimativas com dados divulgados pelo IBGE e sugerindo a subestimação dos serviços como um dos motivos para as discrepâncias.