Apesar de a indústria paulista ter crescido 0,7% em fevereiro ante janeiro, acima da média brasileira no período (0,4%), os ganhos neste início de 2014 não foram suficientes para reverter a perda de ritmo na produção observada entre novembro e dezembro do ano passado. “Na recuperação que percebemos no Brasil, São Paulo não é a principal explicação, já que o Estado não recompõe o que perdeu nos últimos dois meses de 2013”, analisou o pesquisador Rodrigo Lobo, da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Entre novembro de dezembro de 2013, a indústria nacional registrou queda acumulada de 4,2% na produção. Em São Paulo, esse recuo foi mais intenso, de 7,3%, nos cálculos de Lobo. No primeiro bimestre de 2014, a produção brasileira recuperou exatamente os 4,2% perdidos anteriormente. Já a indústria paulista conseguiu recompor apenas 4,4%.

Em outra comparação, que também prova o menor dinamismo de São Paulo em relação ao País (ainda que seja o principal parque industrial), a produção em nível Brasil opera 2,7% abaixo do pico histórico, observado em maio de 2011. Em São Paulo, as fábricas estão 8,7% abaixo do pico, atingido em março de 2011.

“Por ser o principal parque industrial do País, tudo acaba acontecendo de forma mais intensa”, afirmou Lobo, citando o crescimento menor da renda, o alto endividamento das famílias e o encarecimento do crédito como fatores determinantes para menor consumo – e, consequentemente, menos encomendas à indústria. “Do ponto de vista dos empresários, o cenário externo ainda não é tão favorável assim. Com uma expectativa não tão promissora, eles pisam no freio e não recompõem as perdas recentes”, acrescentou.

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