De setembro de 2011 – quando registrou a última taxa positiva em relação a igual mês do ano anterior – a julho deste ano, o emprego industrial acumula queda de 2,3%. O saldo foi calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a pedido do Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, mas é referente ao comportamento do emprego mês a mês, sem ajuste sazonal.
Em julho, o mercado de trabalho na indústria registrou sua 22ª taxa negativa consecutiva (-0,8%) na comparação com o mesmo mês do ano anterior, como divulgou na manhã desta quarta-feira, 11, o IBGE.
Uma explicação plausível para a queda no emprego este ano, apesar de alguns espasmos de recuperação industrial, pode estar na estratégia de congelamento das vagas na fase mais aguda da crise no setor, na opinião do professor José Márcio Camargo, da PUC-Rio.
“As quedas em 2011 e no ano passado fazem sentido, porque a indústria também estava em queda. Mas uma hipótese para o que está acontecendo este ano é que a indústria, mesmo na crise, preferiu não demitir em massa. Manteve parte dos trabalhadores. Agora, com a expectativa de que não haverá crescimento suficiente, a indústria está demitindo, apesar das pequenas melhoras”, comentou.
Ele lembrou que, apesar disso, o salário real está crescendo mais que a produtividade. E, como a indústria é o setor mais formal da economia, embora não seja o maior empregador – classificação que cabe às atividades de serviços e comércio – Camargo acredita que uma queda continuada no emprego industrial pode puxar para baixo a média salarial do trabalhador brasileiro.