O gerente da pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo, disse que apesar da “estabilidade” na taxa de desemprego em maio (8,8%) em relação a abril (8,9%), o mercado de trabalho metropolitano “está menos favorável”. Segundo ele, os dados da pesquisa em maio mostram que o emprego “continua sentindo o efeito da crise”.
Azeredo observou que a taxa de desemprego em maio ainda é maior do que em igual período do ano passado (em maio de 2008 a taxa era de 7,9%). “Há aumento no número de desocupados e o emprego formal está diminuindo o ritmo de crescimento”, disse. Azeredo exemplificou que, na média de janeiro a maio de 2008 o número de vagas com carteira assinada aumentou 8,6% e, em igual período de 2009, aumentou bem menos (2,9%). “O número de empregos com carteira está mostrando evolução não satisfatória”, disse Azeredo.
Em maio, o número de empregados com carteira aumentou 0,2% ante abril, abaixo do aumento dos sem carteira (1,4%). Porém, na comparação com maio do ano passado, o número de vagas aumentou 2,1%, enquanto as vagas sem carteira decresceram 3,8%. Ainda assim, Azeredo destaca a perda de ritmo no aumento do grupo com carteira na comparação anual, já que em maio do ano passado houve alta de 9,0%. Azeredo sublinhou também que, na média de janeiro a maio deste ano, a taxa de desemprego foi de 8,7%, enquanto em igual período do ano passado era de 8,3%. “A crise afeta o mercado de trabalho e avanços outrora observados não mais existem”, disse Azeredo.
População desocupada
A população desocupada somou 2,04 milhões em maio, com queda de 0,5% ante abril, mas aumento de 13% ante maio do ano passado. Em maio de 2009, havia 234 mil desocupados a mais nas seis principais regiões metropolitanas do País pesquisadas pelo IBGE do que em igual mês de 2008. O número de ocupados nas seis regiões somou 20,98 milhões em maio, com aumento de 0,3% ante abril e alta de 0,2% ante maio do ano passado, segundo o IBGE. As duas variações são consideradas como “estabilidade” pelo instituto.
O aumento de 13% no número de desocupados em maio ante igual mês do ano passado representou o maior acréscimo na comparação com igual mês de ano anterior apurado pela pesquisa mensal de emprego do IBGE desde agosto de 2006. Por outro lado, em maio foi registrada também a segunda queda consecutiva no número de desocupados ante o mês anterior.
“O mercado não está criando vagas e há procura por emprego, por isso o número de desocupados continua aumentando ante o ano passado” disse Azeredo, para quem “o número de geração de postos é pífio”. Em maio ante igual mês do ano passado foram gerados apenas 45 mil postos de trabalho e o número de desocupados aumentou em 234 mil pessoas.