Um levantamento sobre o acesso à televisão no País traduz as dificuldades enfrentadas pelo governo para migrar para a TV digital e abolir de vez o sinal analógico em todo o território brasileiro. Em 2016, 6,9 milhões de lares ainda eram dependentes exclusivamente do sinal analógico para acesso à televisão, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016: acesso à Internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal (Pnad Contínua – TIC 2016) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Do total de residências com televisores no País, 10,3% não tinham aparelho com conversor, nem recebiam sinal por antena parabólica, nem tinham serviço de televisão por assinatura.

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“No País, há 1,9 milhão de domicílios sem televisão, então esses já não seriam alvo da política (de mudança do sinal analógico para o digital). O total de domicílios que não teriam alternativa ao desligamento do sinal analógico são esses 6,9 milhões”, frisou Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad no IBGE.

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A maior parte dos domicílios que estavam despreparados em 2016 para o sinal digital está no Sudeste (2,6 milhões) e Nordeste (2,3 milhões). Nas demais regiões, foram registrados 936 mil lares no Sul dependentes exclusivamente do sinal analógico de televisão; 704 mil no Norte; e 430 mil no Sul.

O processo de desligamento do sinal analógico da TV aberta é coordenado pelo Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV (Gired), que conta com representantes da Anatel, Ministério das Comunicações, empresas de telecomunicações e radiodifusores.

O cronograma original teve que ser modificado algumas vezes, para adiar o desligamento do sinal analógico em áreas onde a distribuição de kits de conversores não atingiu a meta estipulada no prazo previsto.

Segundo o Ministério das Comunicações, 45 municípios das regiões de Ribeirão Preto e Franca, no interior de São Paulo, teriam o sinal analógico de TV totalmente desligado a partir da meia-noite desta quarta-feira, 21, abrangendo um total de 2,1 milhões de habitantes.

Pesquisas realizadas na véspera da data anteriormente prevista para o desligamento total, dia 31 de janeiro, mostraram que a região não tinha atingido à época o mínimo de 90% dos domicílios preparados para receber o sinal de TV digital, como previsto na Portaria nº 378/2016.

Na última segunda-feira, 19, o Gired decidiu adiar para 28 de agosto o desligamento nas regiões de Juazeiro do Norte e de Sobral, no Ceará, porque o grupo alvo de nove municípios tampouco atingiu o porcentual necessário para autorizar o desligamento. Foi o segundo adiamento nessas cidades.

Segundo nota divulgada pelo ministério esta semana, permanecem as ações de conscientização dos moradores para mudança do sinal e distribuição de conversores digitais. “Os aparelhos permitem que famílias beneficiárias de programas sociais do governo federal possam receber o sinal digital em televisores de tubo”, informou o comunicado.

Segundo a Pnad Contínua – TIC 2016, a televisão estava presente em 67,4 milhões (97,2%) de domicílios no País, onde havia cerca de 102,6 milhões de aparelhos de TV: 63,4% de tela fina e 36,6% de tubo.