A inovação tecnológica aumentou no Brasil nos últimos anos, inclusive na indústria. Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec) relativa ao período 2006-2008, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a taxa de inovação chegou a 38,6% em 2008, ante 34,4% na pesquisa anterior, relativa a 2005. A taxa corresponde ao porcentual de empresas investigadas na pesquisa que são inovadoras em processos ou produtos.

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Na indústria, segundo a Pintec, houve um forte incremento da inovação tecnológica nesta década. Se em 2000 a taxa de inovação no setor era de 31,5%, em 2005 atingia 33,5% e, em 2008, 38,1%. A gerente da pesquisa, Fernanda Vilhena, atribui o crescimento a “um momento econômico muito favorável”.

Segundo ela, os indicadores macroeconômicos relativos a Produto Interno Bruto (PIB), os investimentos, o consumo das famílias, as importações e as exportações registraram bons resultados no período pesquisado, o que tem efeitos positivos sobre a inovação. Fernanda explica que as inovações estão diretamente relacionadas ao desempenho da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). “Hoje no Brasil permanece o padrão de fazer inovação modernizando o parque industrial, com compra de máquinas e equipamentos, ou lançamento de novos produtos que também dependem da compra de novas máquinas, daí a ligação estreita entre investimentos e inovação”, disse.

A Pintec investigou 106 mil empresas e, dessas, 100 mil são empresas industriais. A pesquisa aborda empresas do setor industrial e de serviços, incluindo edição, telecomunicações e informática. Fernanda disse que os destaques de inovação nas indústrias em 2008 ficaram com o setor farmacêutico, por causa da fabricação de medicamentos genéricos, e com a indústria química, com a inovação de processos, inclusive em meio ambiente.

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Outro segmento industrial destacado por Fernanda é o de alimentos que, segundo ela, não tem alta intensidade tecnológica, mas inovou com a fabricação de produtos light e diet e também funcionais (iogurte com fibras, maionese sem colesterol). Ela citou ainda a indústria automobilística, pelo desenvolvimento de novos modelos, peças e acessórios.

Gastos

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A pesquisa também mostra que os gastos com inovação, em relação ao faturamento das empresas, permaneceu estável em quatro anos. Isso, segundo Fernanda, mostra que o patamar de despesas nessa área aumentou. Em 2005, as atividades inovadoras foram foco de gastos equivalentes a 2,8% do faturamento das empresas. Em 2008, a fatia era praticamente similar, de 2,85%.

“Os dados apontam uma estabilidade, mas é importante ressaltar que, como esse foi um período de crescimento econômico e elevação do faturamento das empresas, o gasto inovativo cresceu no mesmo ritmo da expansão da receita, o que não é pouco”, disse a gerente da pesquisa. O investimento total das empresas em atividades inovativas alcançou R$ 54,1 bilhões em 2008 – ou R$ 12,8 bilhões a mais que em 2005.

Segundo o IBGE, a pesquisa tem o objetivo de fornecer dados para a construção de indicadores das atividades de inovação tecnológica das empresas brasileiras nos setores industrial, de serviços selecionados (edição, telecomunicações e informática) e de pesquisa e desenvolvimento. A série da pesquisa teve início no ano 2000 e o levantamento sempre aborda um período de três anos. A Pintec divulgada hoje se refere ao período de 2006 a 2008.