A queda na produção industrial regional de julho, na comparação com junho, apontada nesta segunda-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é mais uma acomodação do que uma tendência. A avaliação é da economista Isabella Nunes, da coordenação de indústria do Instituto.
O principal impacto para a queda total de 0,4% na produção industrial brasileira em julho ante junho foi dado por São Paulo onde houve recuo de 0,3% nessa base de comparação. "A queda em São Paulo é uma acomodação e não muda a trajetória de crescimento do setor no Estado", disse Isabella.
De acordo com Isabella, a indústria de alimentos, que registrou desempenho ruim no total do País em julho, tem forte peso em São Paulo e representou uma das principais influências negativas no Estado, além do setor farmacêutico. Em ambos os casos, a economista avalia que os recuos são pontuais.
Apesar de a indústria paulista ter representado o principal impacto de queda da produção nacional em julho na comparação com o mês anterior, foi também a principal influência positiva na comparação com julho do ano passado.
As outras influências regionais de queda na produção industrial foram Ceará (-5,8%), Rio de Janeiro (-0,8%), Pernambuco (-4,2%) e Amazonas (-1,7%). Na contramão da queda, a economista do IBGE ressaltou que o desempenho das 14 regiões pesquisadas mostra que os melhores resultados foram apurados em locais onde há forte peso da indústria automobilística, de bens de capital e commodities exportadoras, sobretudo minério de ferro.