O freio no crédito contribuiu para o crescimento menor do consumo das famílias em 2014, segundo Rebeca Palis, coordenadora das Contas Nacionais no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Rebeca ressaltou que, embora a massa salarial real tenha aumentado 4,1% em 2014, não houve crescimento real no crédito. O consumo das famílias diminuiu o ritmo de alta para 0,9% no ano passado, após ter crescido a 2,9% em 2013; 3,9% em 2012; 4,8% em 2011; e 6,4% em 2010.

“A massa salarial continua crescendo. Mas, por outro lado, o crédito específico para Pessoa Física teve crescimento nominal de 5,8%, então, se você olhar pelo IPCA, o crédito não está mais crescendo em termo real”, justificou Rebeca.

O saldo de operações de crédito no sistema financeiro nacional para pessoas físicas teve crescimento nominal de 5,8% em 2014. No mesmo período, a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulou alta de 6,41%.

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Serviços

Os serviços mais relacionados à indústria foram os que tiveram pior desempenho no ano passado, segundo Rebeca.

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O PIB de Serviços cresceu 0,7% em 2014, com destaque para os avanços em serviços de informação (4,6%), atividades imobiliárias (3,3%) e transporte, armazenagem e correio (2,0%). Também tiveram expansão administração, saúde e educação públicas (0,5%), intermediação financeira e seguros (0,4%) e outros serviços (0,1%).

Na direção oposta, o comércio atacadista e varejista teve um recuo de 1,8%.

“Esse comércio que está puxando para baixo foi mais o atacadista, principalmente, porque está ligado à indústria. Em 2014, os serviços mais relacionados com a indústria foram os que tiveram desempenho pior, isso é claro”, apontou Rebeca.

Apesar do avanço nos serviços de transporte no ano, a pesquisadora ressaltou que o transporte de carga não teve desempenho tão satisfatório quanto o de passageiros.