O gerente da pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo, disse que considera como estabilidade a leve alta na taxa de desemprego apurada entre fevereiro (7,4%) e março (7,6%). Ele argumenta que não houve variação estatisticamente significativa no período. “O mercado de trabalho ainda não evoluiu a ponto de gerar uma inflexão na taxa”, disse.
Para o gerente, “o cenário que se mostra hoje para o mercado de trabalho é satisfatório”, já que os dados de março apresentaram estabilidade na taxa de desemprego, “geração expressiva” de postos de trabalho, aumento do rendimento e da formalidade. Segundo ele, a taxa de desemprego não caiu de um mês para o outro por causa de um tradicional efeito calendário dessa época do ano, quando ainda há dispensa de temporários contratados no final do ano anterior e aumento da procura por emprego, com a finalização do período de férias e festividades.
Como exemplo, Azeredo citou a elevação na taxa de desemprego do Rio de Janeiro, que passou de 5,6% em fevereiro para 6,4% em março, por causa da dispensa dos temporários contratados até o carnaval. “Quando o mercado de trabalho começar a gerar postos de trabalho a ponto de dar conta do aumento da procura por emprego, haverá queda na taxa”, disse. Azeredo destacou também que, para um primeiro trimestre, a taxa média apurada em 2010, de 7,4%, é a menor desde o início da série (em 2003) para primeiros trimestres. No primeiro trimestre do ano passado, a taxa média de desemprego havia ficado em 8,6%.