A paralisação dos caminhoneiros fez a produção industrial do País recuar em 24 dos 26 ramos pesquisados em maio em relação a abril, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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As principais influências negativas para a média global foram de veículos automotores, reboques e carrocerias (-29,8%) e produtos alimentícios (-17,1%).

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“Em veículos, assim como em outras atividades industriais, você tem um desabastecimento de matéria-prima. Se não tem chegada de matéria-prima para a produção final, tem que paralisar a produção. Se tem dificuldade de escoar a produção e não tem mais capacidade para estocar o produto no pátio industrial das montadoras, tem que paralisar ou diminuir a produção. Isso afeta de forma importante o setor de automóveis”, explicou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

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A queda registrada pela atividade de veículos em maio ante abril foi a mais acentuada desde janeiro de 2012, quando encolheu 32,7%. A perda foi recorde, porém, nos setores de alimentos e bebidas (-18,1%), que registraram os recuos mais acentuados da série histórica iniciada em 2002.

Outras quedas relevantes foram de celulose, papel e produtos de papel (-13,0%), produtos de minerais não metálicos (-14,3%), produtos de borracha e de material plástico (-10,5%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-15,4%), outros produtos químicos (-5,6%), produtos de metal (-10,5%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-12,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-11,7%), metalurgia (-4,2%), máquinas e equipamentos (-5,3%), produtos de madeira (-15,1%), outros equipamentos de transporte (-13,8%), perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-10,8%) e couro, artigos para viagem e calçados (-9,8%).

Apenas os ramos de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (com aumento de 6,3%, impulsionado pelo óleo diesel) e de indústrias extrativas (com alta de 2,3%, puxada pelo minério de ferro) registraram avanços na produção em maio ante abril.

“(Esses setores) São relativamente menos dependentes (do modal rodoviário). A matéria-prima muitas vezes chega por dutos”, lembrou Macedo.

O pesquisador disse, entretanto, que muitas vezes alguns itens desses setores precisam de caminhão para escoar a produção.

“Nem todos estão imunes à questão da paralisação. Nem todos os itens dessas atividades tiveram comportamento positivo. Até mesmo dentro dos derivados do petróleo têm produtos em queda. Essas atividades são menos atingidas do que outras, mas mesmo assim são atingidas porque podem ter que escoar sua produção por caminhões”, ponderou Macedo.