A queda de 0,10% na produção industrial em agosto ante julho foi puxada especialmente pelos bens de consumo intermediários, que caíram 1,5% no período, segundo informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A baixa foi resultado, sobretudo, de paralisações no setor de petróleo e do desempenho negativo no segmento de metalurgia básica, segundo observou o técnico da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo.
Segundo ele, alguns “fatores pontuais”, como a paralisação técnica na indústria de refino de petróleo, tiveram impacto no resultado de agosto ante julho. A produção de refino de petróleo e álcool caiu 3,6% nessa base de comparação, após uma alta de 2,6% em julho ante junho. Já o segmento de metalurgia básica registrou queda de 5,8% na produção em agosto ante julho, após estabilidade em julho ante junho.
Entre as atividades pesquisadas, a metalurgia apresentou a principal contribuição negativa para o resultado industrial em agosto. Segundo Macedo, esse segmento mostra “estoques acima dos níveis desejados e da média histórica”. Para ele, o quadro da indústria em agosto confirma que o terceiro trimestre vem mostrando, para o setor, “um cenário melhor do que o segundo trimestre, mas em ritmo muito mais reduzido do que foi apresentado no primeiro trimestre do ano”.
Bens de capital
Em agosto, a produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) mostrou “crescimento generalizado”, segundo destacou o técnico. Essa categoria registrou alta de 1,4% na produção em agosto ante julho e aumento de 28,0% ante agosto do ano passado. Segundo ele, os resultados positivos em bens de capital revelam “expansão generalizada de máquinas e equipamentos, sinalizando ampliação dos investimentos em diferentes setores frente a 2009”.
Os resultados detalhados de agosto ante igual mês do ano passado mostram crescimento na produção de bens de capital para transporte (45,5%), para construção (103,8%), para uso misto (12,9%), para fins industriais (19,2%), agrícola (48,3%) e de energia elétrica (8,3%). No ano, a produção de bens de capital acumula alta de 28,3% e, em 12 meses, de 14,2%.