Embora a taxa de desemprego média tenha recuado de 12,7% em 2017 para 12,3% em 2018, o País registrou uma média recorde de pessoas em situação de desalento e subocupados no ano passado. Os dados são da pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quinta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Não adianta só cair o desemprego. Tem gente que trabalha menos horas, tem pessoas que desistem de procurar trabalho por estarem desalentadas”, lembrou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A população em situação de desalento alcançou o recorde de 4,736 milhões em 2018, enquanto os subocupados por insuficiência de horas trabalhadas teve o ápice de 6,619 milhões na média anual. Faltou trabalho, em média, para 27,301 milhões de brasileiros no ano passado, maior patamar da série histórica iniciada em 2012.
A população desempregada ficou em 12,836 milhões de pessoas, média menor que a do ano anterior.
“A população desocupada ainda está 90% maior do que era há quatro anos”, lembrou Azeredo. “A ocupação aumentou e a desocupação diminuiu (em relação a 2017), mas e a qualidade desse emprego? E o desalento? Num primeiro momento parece que o mercado de trabalho esta favorável, mas a gente precisa continuar com a apresentação dos dados para ver que não está tão favorável assim”, alertou.
A carteira assinada no setor privado desceu ao mais baixo nível da série, 32,929 milhões de pessoas, ao mesmo tempo em que o trabalho sem carteira e o trabalho por conta própria alcançaram novos recordes: 11,189 milhões de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado e 23,340 milhões de pessoas trabalhando por conta própria em média em 2018.
“Hoje, um quarto da população brasileira que trabalha atua por conta própria. Tem uma mudança na estrutura da composição da forma de inserção no mercado de trabalho”, disse Azeredo.