As companhias aéreas mundiais estão se recuperando em um ritmo mais rápido que o esperado, em consequência da rápida melhora no número de passageiros e no volume de transporte de cargas. A conclusão foi divulgada hoje pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata). No entanto, as empresas europeias estão tendo dificuldades para se recuperarem devido ao impacto de uma erupção vulcânica na Islândia, em abril, e a disputas trabalhistas. A Iata informou que prevê que as companhias aéreas mundiais registrarão um lucro de US$ 2,5 bilhões em 2010, em comparação com sua projeção anterior, de prejuízo de US$ 2,8 bilhões.
Segundo a associação, o tráfego de passageiros deverá crescer 7,1% neste ano, enquanto o volume de cargas deverá registrar alta de 18,5%, ante previsão anterior de elevações de 5,6% e 12%, respectivamente. De acordo com a estimativa da Iata, o setor deverá registrar US$ 545 bilhões em receitas. No ano passado, as receitas somaram US$ 483 bilhões.
A associação prevê que as empresas aéreas da América Latina terão um lucro de US$ 900 milhões, ante os US$ 800 milhões previsto anteriormente. Tendo registrado um lucro de US$ 500 milhões em 2009, a América Latina será a única região a mostrar dois anos seguidos de lucro. A associação projeta que as companhias europeias deverão contabilizar um prejuízo combinado de US$ 2,8 bilhões. De acordo com a Iata, o contínuo enfraquecimento econômico, as perdas de receita em razão das nuvens de cinzas vulcânicas e uma série de disputas trabalhistas, incluindo greves em algumas companhias, estavam prolongando a tendência de queda na região.
A Iata prevê que todas as outras regiões do mundo voltarão a registrar lucros, com a região da Ásia e do Pacífico liderando, graças à expansão econômica, principalmente na China. As companhias aéreas asiáticas deverão reportar um lucro de US$ 2,2 bilhões, mais que o dobro do valor previsto anteriormente, de US$ 900 milhões. No ano passado, essas empresas registraram um prejuízo de US$ 2,7 bilhões.
“A economia global está se recuperando da pior fase da crise financeira muito mais rápido do que poderia ter sido previsto. As empresas aéreas estão se beneficiando de uma recuperação no tráfego de passageiros que está impulsionando a indústria para o lucro”, afirmou o diretor-geral da Iata, Giovanni Bisignani.
No entanto, ele alertou que a recuperação do setor permanece frágil, com as margens líquidas em torno de 0,5%, muito abaixo do nível que a associação acha necessário para uma recuperação sustentável. A associação representa cerca de 230 empresas que correspondem a 93% do tráfego aéreo internacional. As informações são da Dow Jones e da página da Iata na internet.