O laudo do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e da Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa) sobre o impacto ambiental do enterro de 1.700 animais suspeitos de febre aftosa na Fazenda Cachoeira só sairá hoje. A propriedade, localizada em São Sebastião da Amoreira, foi apontada pelo Ministério da Agricultura como foco da doença e foi dada a orientação para o sacrifício dos animais, que deverá ser oficializado amanhã, durante a reunião do Consellho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa).
Ciente da iminente aprovação do Conesa ao sacrifício dos animais, a Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab) solicitou o estudo, em função do temor dos proprietários da fazenda de poluição do manancial de água que abastece o local. ?Amanhã (hoje), no máximo, o laudo geológico deve ser concluído e entregue. Assim que chegar às nossas mãos, repassaremos à Seab?, diz o diretor do IAP, Rasca Rodrigues.
Segundo as normas da Organização Mundial de Saúde Animal, o sacrifício, seguido do enterro dos animais na propriedade, é a forma de normalizar, no período de seis meses, as exportações de carne. Se o gado for abatido em frigorífico, com o aproveitamento da carne, as exportações somente voltarão ao normal em 18 meses.
Apesar de questionar os resultados dos exames apresentados pelo Ministério da Agricultura, a Seab pretende oficializar o sacrifício dos animais, projetando a normalização do Paraná na área de livre comércio da carne para o prazo máximo previsto. Caso o laudo do IAP julgue impróprio o enterro dos animais na propriedade, a Seab ainda não se pronunciou sobre que medida será tomada.
Afisa
Em meio à turbulência da febre aftosa, o secretário da Agricultura e Abastecimento, Orlando Pessuti recebe hoje, às 11h, representantes da Associação dos Fiscais da Defesa Agropecuária do Estado do Paraná (Afisa-PR). Os fiscais pedem a valorização profissional e reivindicam um plano de carreira condizente com a importância da função.
?Estamos sendo fundamentais no controle da febre aftosa no Paraná e queremos um tratamento diferenciado, já que garantimos a defesa agropecuária do Estado?, diz Rudmar Luiz Pereira dos Santos, presidente da Afisa-PR. Segundo ele, hoje há 270 veterinários e agrônomos que trabalham como fiscais, mas são tratados como agentes executivos do governo do Estado.
Reivindicando atenção da Seab, o Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis) ameaça entrar em greve após assembléia de 11 de março. ?Se não houver um aceno real a uma lei que regulamente a carreira de fiscal da Seab, não teremos outra opção senão comprometer a defesa agropecuária.?
BB disponibiliza recursos para agricultura do Paraná
O Banco do Brasil vai disponibilizar em janeiro, R$ 678 milhões para agricultura no Paraná. Os recursos irão atender, principalmente, ao custeio de milho safrinha, trigo, cana-de-açúcar e operações do Fundo de Aval do Governo do Paraná. Para o Pronaf Investimento estarão disponíveis R$ 90 milhões. Estão também contemplados nestes recursos, valores para comercialização, armazenagem dos produtos que estão enfrentando dificuldades de venda.
Além dos recursos anunciados, o BB informa que nos primeiros seis meses de contratação da safra 2005/2006, já injetou na economia paranaense R$ 2,7 bilhões, através do financiamento agrícola. Estão previstos R$ 4,5 bilhões para financiar a safra paranaense 2005/2006. Até dezembro/05, entre os produtos mais financiados estão soja, com R$ 1 bilhão e milho, com R$ 535 milhões.
Agricultura familiar
Somando custeio e investimento o Pronaf já financiou 109 mil famílias de produtores paranaenses que receberam R$ 493 milhões. Só no Pronaf custeio foram financiados nesta safra R$ 436 milhões, que representa nestes primeiros seis meses 97% do que foi contratado na safra 2004/2005, com R$ 447 milhões e 113 mil operações. A maior parte das contratações do Pronaf Investimento ocorre no primeiro semestre do ano.
Perdas da safra 2004/2005
Na queda da safra passada, ocasionada pela adversidade climática, o BB ainda prorrogou o valor de R$ 422 milhões no Paraná do montante de R$ 2,3 bilhões reescalonado (refinanciado) no País. Através do Proagro, foram acolhidos 29 mil comunicados de perdas nas agências do BB no Paraná e foram efetuadas coberturas no valor total de R$ 80 milhões nas 25.740 operações indenizadas. No País foram 235 mil comunicados de perdas e coberturas no valor total de R$ 597,7 milhões e 179 mil operações indenizadas.
Comércio eletrônico
O BB no Paraná destacou-se na utilização do comércio eletrônico, com operações no valor total de R$ 650 milhões comercializados via internet, através do site do BB, www.agronegocios-e.com.br, seguido por São Paulo, com R$ 325 milhões.
Destacou-se também em negócios efetuados com CPR (Cédulas de Produto Rural), realizando R$ 530 milhões em volume, dos R$ 13 bilhões financiados no País.