O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, disse hoje, em Salvador, confiar no tempo para que as discussões em torno da construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, sejam encerradas. “Daqui a pouquinho ninguém vai lembrar”, afirmou. “Não estou vendo mais ninguém questionando sobre os impactos ambientais e sociais das usinas de Santo Antonio e Jirau, no Rio Madeira (RO), por exemplo. As usinas estão em plena construção e ninguém mais questiona. Se houvesse um probleminha lá, estava todo mundo colocando nos jornais.”
Hubner, que participou da abertura da 14ª Reunião Ibero-Americana de Reguladores de Energia, que segue até sexta-feira, na capital baiana, disse também acreditar que o andamento do processo é “uma vitória” da Aneel. “Conseguimos fazer o leilão e temos certeza que vamos vencer todas as batalhas para implantar esse empreendimento”, afirmou.
Ele admitiu que a agência poderia ter trabalhado mais na divulgação do projeto. “Uma coisa que a gente poderia melhorar é o esclarecimento adequado da população, ampliar esse debate, que ainda está muito centralizado em pessoas que têm essa visão poética de que os rios, as florestas e a natureza é intocável”, avaliou.
“Quando a gente fala em construção de usina hídrica, a gente está discutindo justamente a questão ambiental”, justificou Hubner. “Quando a gente não faz uma usina hídrica, a gente tem de colocar, no lugar dela, uma usina térmica, que vai despejar um mundo de gás carbônico na atmosfera, porque o consumo de energia está em crescimento.”