Hrinak: Alca será negociada com o próximo governo

A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Donna Hrinak, afirmou hoje (4) que seu país pretende concentrar as conversas sobre abertura comercial com o governo brasileiro no âmbito multilateral, em especial nas negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

Hrinak disse que não há nenhuma discussão em curso com o Brasil sobre um acordo bilateral para cobrir as áreas de comércio e de investimentos ou a intenção, neste momento, de os Estados Unidos tratarem desse tema com o próximo governo brasileiro. ?Agora estamos falando do acordo multilateral, em especial do acordo da Alca?, afirmou a embaixadora, ao ser questionada sobre a possibilidade de uma negociação bilateral no último bimestre do ano.

Segundo Hrinak, o novo ajuste na orientação da política externa americana, que tende a retomar a prioridade das relações com a América Latina, terá na Alca o seu principal foco de ação. Ela indicou que não caberá à equipe do presidente Fernando Henrique Cardoso, mas à do seu sucessor, tratar com os Estados Unidos sobre a forma como os dois países vão juntos liderar a Alca a partir de novembro. A embaixadora, entretanto, esquivou-se de responder se a eleição de um candidato à Presidência reticente à Alca, como o petista Luiz Inácio Lula da Silva, poderá criar obstáculos a esse processo.

?A idéia é de integração hemisférica. Como vamos liderar esta integração seria um assunto para falar com o novo governo do Brasil?, afirmou Hrinak. ?A decisão sobre o próximo presidente é do povo brasileiro.? O rumo que o novo presidente brasileiro dará à Alca não é a única incógnita em torno desse processo de negociação. A posição que será defendida pelo Brasil também é tema de um debate interno nos meios empresariais e diplomáticos. Em especial, depois da aprovação da Trade Promotion Authority (TPA), o mandato que permite ao Executivo americano fechar acordos comerciais sem o risco de vê-los alterados pelo Congresso.

No dia 6, o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, deverá se encontrar com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para tratar de pontos obscuros das negociações da Alca.

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