As geadas da semana passada prejudicaram seriamente a produção de hortaliças do Paraná, 70% concentradas na Região Metropolitana de Curitiba, com efeito maior nas espécies mais sensíveis ao frio, destacou relatório divulgado ontem pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento.
“Como já estamos em setembro, muita gente achava que esse risco havia passado”, comentou o técnico do Deral Maurício Tadeu Lunardon. “É bom lembrar que o Simepar – Sistema Meteorológico do Paraná, no início do inverno já previa e divulgou amplamente que existia essa possibilidade. Além disso, no dia anterior, o sistema de alerta de geadas foi acionado”, ressaltou. Como muitos produtores não têm estrutura suficiente para proteger totalmente a área de plantio e, desta forma, os canteiros que não são cobertos com plástico ou TNT (tecido não tecido) ficaram vulneráveis. Como resultado, houve alta no preço de várias hortaliças.
Alguns produtores mais ousados, que tentam antecipar o plantio e conseqüentemente a colheita para obter melhores preços, já haviam plantado as culturas de verão, como por exemplo: tomate, pimentão e feijão-vagem, que estavam na fase inicial de desenvolvimento. Nessas áreas, a perda foi total e terão de ser replantadas, informou o Deral.
Nos canteiros de moranguinho que não estavam cobertos, houve perdas de flores e frutos que levarão cerca de 45 dias para recuperar. As hortaliças folhosas, como alface, almeirão e agrião, reconhecidamente as mais sensíveis à ocorrência de geadas, tiveram perda total nas áreas sem proteção. Na Ceasa de Curitiba, a caixa de alface subiu 25% após a geada, de R$4,00 para R$ 5,00, preço que se manteve até ontem. O tomate, que no dia da geada (2/9/2002) subiu de R$ 20,00 para R$ 23,00 a caixa, ontem foi comercializado a R$ 28,00. Nesta época, o mercado de Curitiba é abastecido por tomate oriundo principalmente de São Paulo e lá também ocorreu geada que afetou seriamente a quantidade ofertada deste produto. De acordo com os técnicos do Deral, o mesmo comentário vale para o pimentão, feijão-vagem, abobrinha e outras hortaliças típicas de verão, que também subiram de preço.