Habitualmente adotado a partir da metade de outubro, o horário de verão começará mais tarde este ano. A mudança ocorrerá à zero hora do Dia de Finados, uma terça-feira, com o propósito de evitar qualquer tipo de interferência ou de transtorno no segundo turno das eleições. Nesse dia, a população do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal e deverá adiantar os relógios em uma hora. A hora suprimida vai ser reposta em 20 de fevereiro, um domingo.
O horário de verão é um artifício destinado a promover o melhor aproveitamento da luz natural na época do ano em que os dias são mais longos que as noites. A conseqüência principal dessa medida é notada no setor elétrico, que registra queda média da ordem de 6% no nível máximo de demanda por energia, no chamado horário de ponta (entre 18 e 21h). Isso por conta da dispersão dos picos máximos de consumo das diversas classes de consumo.
“Com o horário de verão, o momento de maior demanda nas residências, por exemplo, não se sobrepõe ao acionamento da iluminação pública, já que o mecanismo de acendimento das lâmpadas não se guia pelos ponteiros do relógio”, explica a engenheira Ana Rita Xavier Mussi, gerente do Centro de Operação do Sistema Elétrico da Copel. “Se o período de maior consumo das classes consumidoras não coincide, instalações como usinas, subestações e linhas de transmissão passam a ser menos exigidas, minimizando o risco de sobrecargas no sistema e de eventuais panes.”
Segundo Ana Rita, a redução no nível de demanda durante o horário de ponta esperada pela Copel equivale a deixar de fazer transitar no sistema elétrico estadual cerca de 200 megawatts de potência. “Essa é a demanda máxima de Londrina, o segundo maior centro urbano do Estado”, compara. Nos dez estados onde a medida irá vigorar, estima-se redução em torno de 5,5% na carga durante a ponta ou a retirada de 2.300 megawatts, o equivalente à demanda máxima do Estado de Santa Catarina.
A engenheira esclarece que o principal objetivo do horário de verão não é economizar eletricidade, mas aumentar o grau de segurança operacional do sistema. “Embora, por causa da mudança de horário, as pessoas se mostrem até mais atentas no combate ao desperdício, a redução do consumo é pequena, algo como 0,5% dos gastos habituais”, diz.
Rotina
O horário de verão tem sido aplicado de forma rotineira no País desde 1985. Começou na década de 30, pelo presidente Getúlio Vargas. Sua versão de estréia durou quase meio ano, vigorando de 3 de outubro de 1931 até 31 de março de 1932. Nos 35 anos seguintes, a medida só foi adotada em nove oportunidades: em 1932, de 1949 a 1952, em 1963 e de 1965 a 1967.