Com investimentos de US$ 9 bilhões previstos para o Brasil até 2012, a Holanda pretende ser a principal parceira no desenvolvimento dos setores de petróleo e gás, naval e offshore. Os valores são considerados conservadores já que não contabilizam o pré-sal.
De olho na exigência de conteúdo nacional na construção de navios, plataformas e outros equipamentos necessários para o desenvolvimento do pré-sal, as empresas holandesas estão trazendo para o País sua experiência em fabricação de tecnologia e prestação de serviços para o setor.
“O Brasil já é nosso principal destino no mundo e vai se tornar em breve o principal foco de investimentos da Holanda em indústria naval e offshore nas Américas”, disse o cônsul-geral Paul Comenência, em entrevista à imprensa para promover a ação que está sendo preparada para a divulgação dos investimentos no País.
De acordo com o consulado, nos últimos quatro anos, 60 novas empresas holandesas se instalaram no Rio de Janeiro, atraídas, principalmente, por oportunidades nesses setores. Do total investido até hoje e do que está previsto, ao menos US$ 1 bilhão são provenientes de pequenas e médias companhias, recém-chegadas.
Há entre as empresas holandesas atraídas pelas oportunidades dos setores de óleo e gás, naval e offshore dois grupos bem definidos: o primeiro, de investidores com atuação no País e dispostos a intensificar a atividade local, ampliando a sua importância nos negócios mundiais; o segundo, de entrantes, algumas delas antigas fornecedoras, mas sem atuação direta no Brasil, que, atualmente, iniciam processo de instalação e desenvolvimento de suas atividades em território nacional. Para ambos, é grande a expectativa sobre o pré-sal, o fortalecimento da indústria naval e o crescimento da economia, como um todo.
Casos como o da Thomassen, que pretende fabricar compressores destinados a refinarias no Brasil. A ideia é iniciar a linha de produção já em 2011. “O Brasil tem refinarias espalhadas por todo o seu território, além das que vão ser construídas. Isso significa demanda garantida”, comentou o diretor comercial da empresa, Francisco Edgar da Silva Filho. Segundo ele, a companhia ainda está avaliando se vai construir uma unidade, comprar uma fábrica já existente ou formar uma nova parceria.
Também em busca de oportunidades no Brasil está a Fugro, especializada em geotécnica, mapeamento e geociências e já fornecedora da Petrobras. Atualmente com 1.100 funcionários no Brasil, a companhia já possui no País seu maior negócio fora da Holanda. “Investimos US$ 10 milhões em uma nova base em Rio das Ostras. Estamos no Brasil para ficar por muito tempo”, destacou a diretora, Mathilde Scholtes.
Também já fornecedor da Petrobras, a Frames no Brasil, investiu 6 milhões de euros para modernizar uma fábrica recém adquirida na zona norte do Rio, para aumentar sua competitividade em futuras licitações da Petrobras.