O status da Holanda como membro central do bloco da moeda única europeia foi colocado em questão neste final de semana, depois do colapso das negociações sobre cortes propostos no orçamento, que abriram espaço para prolongada incerteza política com aproximação das eleições e possível rebaixamento do rating AAA do país.

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O primeiro-ministro Mark Rutte terá uma reunião de gabinete nesta segunda-feira, para discutir formas de fazer os cortes avançarem – exigência para reduzir o déficit abaixo do limite da União Europeia, de 3% do PIB, em 2013 – e preparar o país para novas eleições, depois que o governo perdeu apoio do aliado de direita Partido da Liberdade, que se opõe à reforma.

As conversas têm girado em torno das medidas (cortes) de 14 bilhões de euros. Após a reunião de gabinete, amanhã, um debate no parlamento deve ocorrer na terça-feira, embora ainda não tenha sido confirmado. Meses podem transcorrer antes que ocorram eleições locais.

O ministro das Finanças da Holanda, Jan Kees de Jager, indicou que o governo vai pressionar em favor dos cortes mesmo sem maioria.

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Núcleo

Sem medidas adicionais, a Holanda vai quebrar as regras do orçamento da região. Isso alimenta o debate sobre se o país ainda pertence ao grupo do “núcleo” de Estados da zona do euro com finanças públicas sólidas.

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Na semana passada, a Fitch Ratings ameaçou tirar o rating AAA se a Holanda não conseguir avançar com os cortes de orçamento e impedir o crescimento do endividamento.

A empresa vai avaliar o rating em junho – colocá-lo em perspectiva negativa será um passo possível em direção a um rebaixamento. A Holanda é um dos quatro países AAA da zona do euro, junto com Alemanha, Finlândia e Luxemburgo. As informações são da Dow Jones.