A Holanda está em terceiro lugar no ranking dos investidores no Brasil, perdendo apenas para os Estados Unidos e a Argentina. O País tem participação contundente no desenvolvimento dos setores de laticínios e floricultura do Paraná. Os holandeses fundaram no início do século passado no Estado, sua primeira colônia – Carambeí e, depois da Segunda Guerra Mundial, as colônias Arapoti e Castrolanda.
Influências como estas contribuem para aquecer o comércio bilateral entre os países, mas a intenção é estreitar ainda mais os contatos. Por isso, empresários paranaenses tiveram a oportunidade de participar ontem, em Curitiba, do seminário Holanda em Foco – a porta de entrada na Europa. O evento teve por objetivo fortalecer a imagem da Holanda e estimular os negócios com o Brasil.
O Paraná, devido à presença dos imigrantes holandeses, foi escolhido como o primeiro estado a sediar o seminário, que até outubro também acontece em Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Salvador. Segundo o responsável pelo departamento econômico do Consulado Geral dos Países Baixos, em São Paulo, Odécio Roland, o País é o principal ponto de entrada dos produtos brasileiros na Europa, principalmente pelo porto de Rotterdam e aeroporto de Amsterdam.
Os quatro setores mais importantes colocados na mesa de discussão foram logística, transporte, meio ambiente e energia. “Como a Holanda tem know how na captação de energia eólica, poderíamos ajudar o Brasil a superar crises de energia como a registrada no ano passado”, destacou Roland. Apesar da tradição em moinhos de vento, a energia alternativa é responsável por 15% do consumo. Neste contexto, o País utiliza em pequenas escala (5%) os aquecedores solares e geradores hidráulico.
A alta densidade populacional, 16 milhões de habitantes, fez com que os problemas causados pela poluição se manifestassem com mais intensidade na Holanda. A manutenção da qualidade de vida exigiu um rigoroso plano de conservação ambiental. E as circunstância levaram ao desenvolvimento de um importante setor econômico, bem como vasta experiência em diversas áreas de preservação e recuperação ambiental. Hoje, o setor emprega 3,5 mil pessoas e cerca de 50% do faturamento é obtido com exportações, cujo destino principal é o leste europeu (países candidatos à União Européia).
Dos diversos subsetores, o de tratamento da água durante muito tempo recebeu atenção especial. Atualmente há um consenso de que a qualidade de água nos Países Baixos em geral é satisfatória.
Setores que recebem atenção redobrada são os de tratamento de resíduos sólidos (reciclagem) e combate às emissões poluentes na atmosfera. Daí a oportunidade do Brasil em processamento de resíduos sólidos e reciclagem de matérias primas. A possibilidade de parcerias está entre as empresas competitivas e de tecnologia avançada dos dois países, tendo com elo da integração o Consulado e a Embaixada dos Países Baixos.
Em oito anos, o número de novas empresas aumentou quase 20% na Holanda. De um total de 116 mil antes deste período o número chega agora a 715 mil registradas até janeiro de 2001. No setor de construção e serviços, o número de novas empresas aumentou na média 70% desde 1993. Em contrapartida, na agricultura o número caiu 16% no mesmo período, conforme dados do Departamento de Estatísticas do Ministério dos Negócios Econômicos dos Países Baixos.