As chamadas “hidrelétricas plataforma”, mencionadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são a grande aposta do governo para vencer as resistências da área ambiental à construção de usinas nos rios amazônicos.
Trata-se de um conceito ambicioso que envolve a remoção, depois que a usina estiver pronta, das estradas que foram construídas para dar acesso ao canteiro de obras.
Assim, com o reflorestamento de toda a região ao redor da barragem, a usina passaria a ficar isolada e os poucos funcionários que vão trabalhar na operação da hidrelétrica chegarão para cumprir seus turnos de helicóptero, assim como acontece com as plataformas marítimas de petróleo.
A ideia foi elaborada pelo secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, técnico de confiança da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Ao deixar a hidrelétrica isolada e dentro de uma área de preservação, a área energética espera facilitar a obtenção de licenças ambientais para que o imenso potencial hidrelétrico da Região Norte possa ser explorado.
As primeiras usinas que deverão seguir esse novo conceito são as do Complexo de Tapajós, nos Estados do Amazonas e do Pará. Com potencial para 11 mil megawatts (MW), essa bacia foi recentemente inventariada pela Empresa Pesquisa Energética (EPE) e deverá ter cinco usinas.