A desaceleração da inflação na capital paulista entre abril e maio, de 0,53% para 0,25%, foi beneficiada, principalmente, pela deflação do grupo Habitação, de 0,24%, após elevação de 0,04% no quarto mês do ano. A avaliação é do novo coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), André Chagas, que assume o cargo no lugar do economista Rafael Costa Lima, que segue na Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), mas com novas atribuições.

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Segundo Chagas, sem o efeito na redução de água/esgoto, que apresentou variação negativa de 10,17% em maio, por causa do desconto na conta da Sabesp para quem economizar 30% no consumo, o IPC seria de 0,45% no encerramento do mês passado. “Em junho, o grupo Habitação deve acelerar e fechar com alta de 0,26%. O impacto de redução da água vai se diluir ao longo do mês”, previu.

Com a saída dos impactos de água/esgoto no grupo Habitação, o IPC do sexto mês do ano deve avançar a 0,33%, ante 0,25% em maio deste ano, e em relação à alta de 0,32% apurada em junho de 2013, como estima a Fipe. Já a projeção para o fechamento do ano segue em 5,50%.

Conforme o economista, ainda é preciso aguardar o comportamento da inflação no segundo semestre e os efeitos do fim do ciclo do aperto monetário sobre os preços, assim como se haverá ou não reajuste de alguns preços administrados, como os dos combustíveis, depois das eleições.

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Além da ajuda do grupo Habitação, Chagas afirmou que a desaceleração da classe de despesa de alimentos (de 1,23% para 0,73%) também permitiu o abrandamento do IPC de maio. “Habitação intensificou a queda e Alimentação veio menor que o esperado”, disse, ao referir-se à expectativa da Fipe de elevação de 0,95% para o conjunto de preços de alimentos no quinto mês do ano.

Segundo o economista, a deflação de 4,30% nos preços do etanol ainda favoreceu o grupo Transportes, que teve recuo de 0,04%. “Já o item Viagem/Excursão teve um comportamento atípico para esta época, com alta de 1,50%, menor do que a de 1,67% prevista. Os preços de passagens aéreas também: tiveram queda de 0,17% em maio”, disse. Esses resultados, segundo ele, foram relevantes para a inflação de 0,59% no grupo Despesas Pessoais em maio, ante 1,00% em abril.

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Também chamou a atenção do coordenador da Fipe a alta menos intensa registrada em Vestuário, de 0,54% em maio, após 0,07% em abril, em relação à previsão do instituto, que era elevação de 0,85%. “Há alguns produtos em queda que tradicionalmente sobem neste período, como malhas e agasalhos (-2,15%). É curioso, pois normalmente é uma fase de troca de coleção”, afirmou.