O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), afirmou nesta quarta-feira, 27, que o Estado tem tido dificuldades de atrair investidores por ruídos trazidos pelo governo federal. Ele disse que tem escutado de empresários que ainda há muita instabilidade no cenário brasileiro. “Há muito despreparo”, comentou.
Segundo ele, o que tem ouvido dos investidores buscados pelo Estado para projetos de infraestrutura é que há um clima de animação, mas de cautela com a retomada da economia.
“Ainda estamos instáveis institucionalmente. O Brasil não conseguiu conquistar o investidor pelo debate ambiental, com essas declarações de desrespeito aos direitos humanos. Investidor quer estabilidade, não olha só economia e financeiro”, disse.
Investimento com recursos próprios
O governador do Espírito Santo afirmou que o Estado quer investir R$ 7 bilhões com recursos próprios em quatro anos, incluindo 2019. Isso representaria, segundo ele, uma média de R$ 2 bilhões por ano nos próximos três anos.
Neste ano, o investimento com recursos próprios do Estado – descontadas parcerias e fundo soberano – somará cerca de R$ 1,5 bilhão, quase o dobro dos cerca de R$ 800 milhões de 2018.
Ele destacou ainda que o Estado aportou R$ 20 milhões num fundo de garantia para Parcerias Público-Privadas (PPPs). Segundo ele, à medida que se avançar em parcerias, o Estado tem recursos para capitalizar esse fundo. E destacou a liquidez da garantia: “Não é imóvel, é recurso em espécie depositado no fundo”, disse.
Fundo soberano estadual
O governo do Espírito Santo pretende regulamentar o uso dos recursos do fundo soberano do Estado até o fim deste ano. Assim, a partir do ano que vem, o Estado poderá utilizar o dinheiro do fundo para se associar a empresas em projetos estratégicos, segundo explicou Renato Casagrande.
“Publico a regulamentação do fundo agora, até o fim do ano. A partir do ano que vem, qualquer projeto interessante que tenha retorno financeiro e que seja estratégico para o Estado, já pode se associar”, afirmou o chefe do Executivo estadual.
O fundo foi criado há menos de duas semanas e prevê aporte de R$ 350 milhões em receitas do Estado e royalties. O objetivo é que a maior parte seja endereçada para projetos na área de logística, inovação e uma parcela menor para “empresas de tecnologia que precisam ganhar escala de mercado”.
Uma parcela de 40% do fundo – que cairá para 20% em 2027 – será destinada a uma poupança intergeracional. “Daqui a 40 anos, quem estiver no governo do Estado vai definir o que fazer com que esse dinheiro”, disse.