O fundo soberano que está em estudos no governo não fará investimentos diretamente, nem comprará ações de empresas, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Tais operações trariam impacto sobre as contas públicas, pois afetariam o superávit primário, e isso o governo não quer que ocorra. ?Não é para ter efeito fiscal (as aplicações do fundo).
Os recursos do fundo, segundo o ministro, serão usados exclusivamente para comprar títulos e debêntures que empresas ou instituições brasileiras emitam no exterior. ?A Petrobrás, por exemplo, pode querer lançar títulos lá fora para fazer um investimento externo. O fundo soberano pode comprar esse título? exemplificou. O fundo também poderá auxiliar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no apoio às empresas que queiram se expandir no exterior. ?O BNDES está com problema de funding, pois está aumentando muito suas operações, mas precisa dar apoio às empresas brasileiras que vão comprar empresas estrangeiras, por exemplo.? O fundo soberano poderá, portanto, adquirir os papéis do BNDES.
Mantega informou que a forma como os recursos do fundo serão utilizados e os tipos de aplicações serão definidos em lei. ?Não será de acordo com nosso desejo.? Segundo ele, ainda não está definido quem administrará o fundo. ?Mas muito provavelmente será uma associação do Banco Central com o Tesouro Nacional, podendo entrar o BNDES.? Segundo o ministro, os fundos soberanos são uma tendência das economias que têm acumulado reservas, como o Brasil.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo