O presidente da Guiana, David Granger, determinou que a Exxon Mobil siga adiante com a exploração de reservas de petróleo recentemente descobertas perto da costa do país. A Venezuela, porém, reivindica que essas reservas pertencem a ela.
Granger, que assumiu dias antes de a Exxon anunciar a significativa descoberta, no mês passado, disse que se reuniu com funcionários da companhia – contratada pela Guiana – e ofereceu garantias de que o trabalho de exploração não será interrompido, apesar da reivindicação venezuelana de séculos e recentemente retomada sobre dois terços do território da Guiana.
Uma ex-colônia britânica de 750 mil habitantes e a única nação sul-americana com o inglês como língua, a Guiana conta com a diplomacia e o auxílio de aliados regionais para resolver o assunto. Um tribunal de arbitragem de Paris decidiu em 1899 reconhecer internacionalmente os limites, mas a Venezuela rejeitou as conclusões 60 anos depois, dizendo-se enganada.
A tensão aumentou desde a descoberta da Exxon. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, emitiu um decreto em 26 de maio reivindicando a soberania sobre a região de Essequibo e suas águas no Atlântico, onde a Exxon explora a concessão da Guiana. Maduro acusou a empresa de “provocação”. A controvérsia ocorre num momento ruim para a economia da Venezuela, levando alguns analistas a acreditar que Caracas quer desviar a atenção de seus problemas internos. Fonte: Dow Jones Newswires.