Depois de oito horas de audiência na comissão especial da reforma da Previdência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez um mea culpa e se desculpou por ter se “excedido” em alguns momentos na comissão. A audiência começou pouco depois de 14h30 e terminou por volta de 22h40.

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“Tenho total respeito institucional pela casa, aposto na casa. O respeito é absoluto. Mas merece respeito quem respeita, e em alguns momentos me senti desrespeitado. As referências [feitas pelos deputados] são mentira, falta de honestidade. Há acusações que quem vem de fora da política, não está acostumado, eu não tenho costume de ouvir isso, não”, afirmou.

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Guedes disse ainda ter ouvido “equívocos contundentes” durante a comissão. Ele voltou a dizer que a proposta do governo é em dois estágios, reforma do modelo atual de previdência e lançamento de um novo regime de capitalização, e que, para lançar o segundo, é necessário um impacto da reforma de cerca de R$ 1 trilhão. “Se não quiserem capitalização, quem sou eu para dizer que estão errados?”, questionou.

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O ministro disse que os pilares do modelo ainda serão discutidos, mas ressaltou discordar dos que defendem que, no início, os trabalhadores com maior rendimento migrem para a capitalização. “Deixar quem já tem dinheiro capitalizar é muito fácil, ele pode colocar no banco e ficar mais rico ainda. Aí quem é pobre é solidário e fica no regime atual?”, questionou.

Guedes disse ainda que quer que o juro trabalhe “a favor do trabalhador” e que os mais ricos já têm o dinheiro na poupança. “Todas as unidades da federação estão quebradas porque o juro trabalha contra”, completou.

O ministro defendeu que apenas novos trabalhadores entrem no regime de capitalização. “Essa geração (atual) não merece ter acesso ao sistema novo, não tem juízo, deixou quebrar. Não existe a menor possibilidade de desativar a previdência que existe. Nós temos que carregar essa cruz, no que estamos propondo é liberar os jovens”, completou.

Guedes culpou ainda o funcionalismo público por não tomar conta dos recursos e citou as perdas por corrupção. “O funcionalismo público não é culpado, mas também não é inocente”, concluiu.