O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira, 1º de novembro, que o presidente da República, Jair Bolsonaro, irá com ele entregar o novo pacote de propostas de reformas ao Congresso Nacional, na próxima terça-feira, 5. O ministro citou o gesto como sinal de que há apoio à agenda de reformas, mesmo após declarações como a do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que citou a possibilidade de uma repetição do Ato Institucional nº. 5 (AI-5), e da repercussão dos protestos de rua no Chile, frequentemente citado como modelo de reformas liberalizantes.
“Acredito muito na maturidade da democracia brasileira”, afirmou Guedes, após a assinatura do termo aditivo do contrato de “cessão onerosa” da União com a Petrobras, no Rio.
Segundo o ministro, a agenda de reformas no Brasil “segue o processo democrático”. Como revelou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) no início da semana, Guedes vai enviar ao Congresso um pacote com cinco eixos para conter os gastos do governo federal: PEC Emergencial, reforma administrativa, PEC DDD, pacto federativo e plano de ajuda a Estados.
Questionado sobre as manifestações no Chile, Guedes, que trabalhou no país sul-americano com economistas formados na Universidade de Chicago, disse que acreditava na “maturidade” da mídia brasileira em não fazer “comparações equivocadas”.
“Toda vez que se fala em Chile penso na Venezuela”, afirmou Guedes, após lembrar que também houve manifestações no país vizinho.
Conforme o ministro, a comparação entre os dois países mostra o sucesso do modelo chileno. Antes das reformas liberalizantes, nos anos 1970 e 1980, durante a ditadura militar de Augusto Pinochet, o Chile tinha uma renda per capita equivalente a de Cuba e hoje, a renda dos chilenos é o dobro da brasileira, afirmou Guedes.
No Brasil, o que o ministro vê é um quadro de “maturidade das instituições”. “Desentendimentos eventuais” fazem parte, segundo ele, e há, em Brasília, um “aperfeiçoamento crescente e ininterrupto” das instituições, disse Guedes.
Para o ministro, os desentendimentos podem ir “até onde não ameaça a liberdade e o direito dos outros”. Segundo Guedes, a agenda de reformas tem sido objeto de “contatos constantes” entre o Executivo e demais poderes.
“O Brasil está funcionando bem. Não podemos nos levar seja pelo que aconteceu na Venezuela, seja pelo que acontece no Chile”, afirmou o ministro.