O ex-ministro da Fazenda Eduardo Guardia alertou que a agenda de reformas do governo Jair Bolsonaro depende do funcionamento “harmônico” e do diálogo entre os três Poderes – Executivo, Judiciário e Legislativo. No seu discurso de entrega do cargo para o ministro da Economia, Paulo Guedes, Guardia advertiu que, sem a aprovação da reforma da Previdência, os impostos arrecadados pelo governo federal serão usados apenas para pagar salários dos servidores públicos e os benefícios da Previdência, retirando recursos das áreas de saúda, educação e segurança e aprofundando as desigualdades do Brasil.
Guardia disse ainda no discurso de despedida que a alternativa à aprovação da reforma da Previdência será o aumento de impostos. Ou seja, o ajuste fiscal sendo feito pelo lado da receita. Segundo ele, sem a reforma o governo não sustentará o teto de gasto e terá dificuldade para prosseguir com o ajuste.
O ex-ministro destaca que termina os três anos de governo com a “boa sensação de dever cumprido”. “Conseguimos entregar um País melhor do que encontramos”, afirmou.
Na sua avaliação, os avanços foram importantes durante o governo Michel Temer. Guardia manifestou confiança na nova equipe de Guedes. “O Brasil reencontrou o caminho do crescimento e da estabilidade e está no rumo correto e continuaremos nesse rumo”, afirmou. Para ele, a raiz dos problemas do Brasil está no desequilíbrio fiscal.
“Deixamos a inflação abaixo de 4% e a menor taxa de juros”, afirmou. “Queremos e podemos fazer muito mais”, acrescentou. Ele citou quatro frentes que serão importantes para a economia: disciplina fiscal, aumento da produtividade, segurança institucional e diminuição das desigualdades.
Guardia defendeu a abertura comercial e a firmeza do governo federal no relacionamento com Estados e municípios. Ele também reforçou a necessidade de simplificação do sistema tributário. “Temos que reduzir a intervenção governamental as decisões empresariais.”