O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, destacou que o Grupo Banco Mundial terá mais capacidade para elevar os investimentos para países em desenvolvimento com a decisão do Board de governadores da instituição multilateral, que propôs o aumento de capital de US$ 13 bilhões, distribuídos em US$ 7,5 bilhões para o Banco Mundial e US$ 5,5 bilhões para a International Finance Corporation (IFC). Depois de aprovada, a elevação de capital deve passar a valer a partir deste ano. O funding do Grupo Banco Mundial hoje é próximo a US$ 60 bilhões.

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“Avançar o pacote proposto de política irá prover um caminho para atingir nossos ambiciosos objetivos globais”, apontou Guardia, em declaração na 97ª Reunião do Comitê de Desenvolvimento do Grupo Banco Mundial, feita em nome do Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago. “Um Grupo Banco Mundial mais forte contribuirá para nossa coletiva busca de crescimento maior, sustentável e inclusivo”, apontou.

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O ministro destacou que um importante dever do Banco Mundial é apoiar países para criar e implementar reformas estruturais que elevarão a atuação do setor privado na economia, e fomentar investimentos em infraestrutura.

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“Cerca de US$ 2,5 trilhões são investidos por ano no mundo em transportes, energia, água, sistemas de telecomunicações”, apontou Guardia. Segundo ele, este montante continua insuficiente para as necessidades globais nestes segmentos, o que resulta em menor crescimento econômico e provisão de serviços essenciais para o público, sobretudo para os cidadãos mais pobres. “Desta forma, uma particular atenção deve ser dedicada para países de renda média, pois neles residem 70% dos pobres e 71% dos refugiados do mundo”, ressaltou.

Para Guardia, é fundamental elevar as metas do Banco Mundial para mobilizar recursos privados para apoiar projetos de infraestrutura. Segundo ele, os governos têm restrições orçamentárias para alocar capitais para aplicar nesta área, mas, ao mesmo tempo, investidores institucionais e financeiros possuem perto de US$ 120 trilhões em ativos que poderiam, ao menos parcialmente, apoiar tais projetos para ampliação de Formação Bruta de Capital Fixo.

“Atrair investimentos privados é essencial para entregar a infraestrutura mais necessária com a qualidade mais adequada dentro do cronograma para 2030”, apontou o ministro da Fazenda. Ele considerou como oportunos os mecanismos desenvolvidos pelo Grupo Banco Mundial para viabilizar a aproximação em projetos neste segmento entre os setores público e privado.

Contudo, ele destacou que tal processo requer melhorar processos de preparação de projetos, padrões de contratos e de instrumentos financeiros, além da necessidade de mitigar riscos. Segundo Guardia, “deve ser uma alta prioridade da nossa agenda de desenvolvimento” maximizar o fluxo de financiamentos, com normas regulatórias e mecanismos para redução de riscos, a fim de promover a eficiência de mercados.

O diretor executivo do Banco Mundial, Otaviano Canuto, destacou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que a proposta de aumento de capital da instituição e do IFC, no total de US$ 13 bilhões, é “uma demonstração de força do multilateralismo.” Na reunião de abril do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial foi reforçada a defesa da atuação dos países em conjunto para continuar o bom ritmo de crescimento mundial, com destaque para a defesa do livre comércio, ao mesmo tempo que ocorreram manifestações contrárias ao protecionismo.