A Gtech Brasil, que desde 1994 detém o monopólio sobre prestação de serviços para loterias, decidiu que não vai participar da megalicitação de R$ 1,3 bilhão da Caixa Econômica Federal. A megalicitação – que foi dividida em quatro pregões – vai escolher novos fornecedores para a prestação de serviços para a rede de 9.000 casas lotéricas do país. Com a conclusão desse processo de licitação, a Gtech perderá esse monopólio. O último contrato assinado entre a Gtech e Caixa – que vence em maio – previa a prestação desses serviços por 25 meses, por R$ 650 milhões.
Apesar do fim dessa relação de exclusividade, a Gtech pretende continuar sendo parceira da Caixa. É que a licitação da Caixa vai dar início a um modelo descentralizado de prestação de serviços. O vice-presidente de comunicação corporativa da Gtech nos Estados Unidos, Robert Vincent, disse que a empresa pretende dar suporte para a Caixa no período de transição entre o modelo atual e o novo, contratado nos pregões.
"Deveremos assinar um novo contrato (com a Caixa), que dará suporte para um novo modelo de negócio", disse Vincent. A expectativa da Gtech é que esse novo contrato garanta a continuidade da prestação de serviços para a Caixa até maio de 2006, quando o novo modelo de serviço lotérico deve começar. Até lá, a Gtech seria responsável pela transição entre os dois sistemas.
Pregões
Na semana passada, a Gtech ainda cogitava a possibilidade de participar de pelo menos dois pregões: fornecimento de equipamentos às casas lotéricas e serviços de telecomunicações e transmissão de dados.
Em nota divulgada ontem, a empresa informa que não vai mais participar do processo de licitação, pois "suas soluções técnicas não estão contempladas no modelo, que prioriza produtos de forma separada e não dentro de uma visão integrada".
Segundo Vincent, a decisão de não participar da licitação foi tomada porque os contratos de prestação de serviços não garantiriam a remuneração adequada da Gtech.
Apesar da Caixa ser a principal cliente da Gtech Brasil, a empresa não acredita que será prejudicada por ficar de fora desse processo de licitação bilionário. "O efeito imediato não será grande. Temos um contrato em andamento. E temos tido sucesso na conquista de novos negócios", afirmou Vincent.