Grupo russo quer participar de programas nucleares da AL

De olho nos programas nucleares da América Latina, o grupo russo Rosatom decidiu abrir, até o final do ano, uma subsidiária no Rio de Janeiro para atender à expansão dos negócios. Com mais 22 usinas em construção fora da Rússia e outras 33 já em operação no país, o grupo vislumbra oportunidades em contratos com o Brasil e Argentina.

“Estamos esperando uma decisão do governo sobre o programa, mas já estamos preparados para quando o governo anunciar sua decisão”, afirmou o vice-presidente da empresa, Ivan Dybov, em seminário de energia nuclear, no Rio. Segundo ele, o grupo espera fechar contratos não só de construção de novas usinas.

“Argentina já anunciou que vai desenvolver seu programa e estamos interessados”, afirmou o executivo. Até o momento, o governo brasileiro não definiu cronograma ou ações referentes à construção de quatro novas usinas nucleares previstas do planejamento energético no horizonte de 2030. Pela legislação atual, não é permitido o desenvolvimento de usinas pelo setor privado.

A expectativa do grupo russo é garantir os contratos para fornecimento de equipamentos, como reatores, e para construção das instalações. “Temos experiência de construção de reservatórios de resíduos e fornecimento de suprimento para a cadeia, além de atuação também nos segmentos tradicionais, de térmicas, e de alternativas, como eólicas”, completou.

Dybov também destacou que, a depender do escopo dos contratos, poderá incluir até 40% de conteúdo local na cadeia de equipamentos. “O Brasil é muito forte no setor energético e entendemos que podemos desenvolver os contratos com a cadeia local de suprimentos. Isso depende da demanda de quantas unidades serão contratadas, pois é possível garantir mais eficiência nessa cadeia, com 30% ou 40% de conteúdo local, ou ainda mais”, garantiu.

Atualmente, estão em construção 22 usinas do grupo em todo o mundo. Segundo o executivo, a meta é alcançar o patamar de 80 plantas em construção até 2030. A potência média chega a 22 mil megawatts.

Dybov avalia que mesmo após o incidente com Fukushima, no Japão, quando houve vazamento após um forte terremoto, não houve uma “redução dramática da demanda”. “China, Índia, Rússia continuam com seus programas. Logo após o acidente, os países pararam para pensar sobre os parâmetros de segurança, mas já retomaram”, concluiu.

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