Um grupo de aproximadamente 30 minoritários da OGX iniciou há pouco uma reunião para debater o futuro da petroleira e articular maneiras de participar ativamente dos rumos da empresa. A reunião foi convocada pelo acionista Willian Magalhães por meio do Twitter e ocorre em um restaurante na Avenida dos Bandeirantes, zona sul da cidade. O acionista é criador do perfil “Minoritários OGX” no Twitter, que já tem 886 seguidores e 1,7 mil postagens.
Segundo Magalhães, o encontro servirá para que os minoritários possam discutir como “devolver valor aos ativos da companhia”. Na prática, o grupo tem a intenção de eleger um candidato para o Conselho Administrativo e instalar um conselho fiscal na OGX. “O movimento vai tomar uma linha mais pró-ativa com a empresa, mas uma linha processual está fora de questão. Diferente de outros grupos, não é essa a proposta da nossa parte”, explicou Magalhães.
O grupo reunido nesta manhã é composto por pequenos investidores, como empresários e executivos, que em sua maioria detinham entre 50 mil a 150 mil papeis da OGX. Apesar de terem o patrimônio deteriorado após o derretimento das ações, o clima é tranquilo entre os participantes. Dentre eles está o empresário Eduardo Quevedo, que cobra mais transparência da companhia. “Queremos saber se a empresa tem condições de se recuperar ou se os ativos todos eram fantasia”, afirmou.
Nesta semana, um outro acionista minoritário, Márcio de Melo Lobo, pediu à Justiça o bloqueio dos bens do empresário Eike Batista, controlador da OGX. No entanto, a Justiça do Rio indeferiu o pedido. Em sua requisição, Lobo citou notícias sobre a crise da petroleira para alegar que a empresa está em situação financeira de risco, e a indisponibilidade dos bens de seu controlador seria uma garantia contra futuros danos. Já na avaliação da Justiça do Rio, a situação da OGX se mostra difícil, mas tornar os bens da companhia indisponíveis poderia deteriorar ainda mais a situação do negócio.