Os funcionários das montadoras Renault-Nissan e Volvo voltaram, ontem, ao trabalho após a aprovação de um acordo salarial entre o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) e as empresas.
Os trabalhadores da Volvo vão receber a reposição da inflação pelo índice INPC, de 4,4%, mais aumento real, totalizando um aumento salarial de 7,57%. Os funcionários da Renault ganharão cerca de 1% a mais porque havia um repasse pendente no acordo feito no ano passado.
No total, o aumento será de 8,65%. Nos dois casos, os empregados ainda têm direito a um abono salarial de R$ 2 mil, que devem ser pagos até amanhã. Os acordos se tornaram os melhores do ano na indústria nacional.
Para o presidente do sindicato, Sérgio Butka, as montadoras poderiam conceder um aumento real maior ainda do que foi fechado no acordo, entre 4% e 5%. Ele alega que as empresas já se recuperaram da crise e não estavam repassando o lucro aos trabalhadores.
“As empresas continuam produzindo carros. Aquelas que demitiram estão recontratando. Não tem porque as empresas alegarem que o lucro diminuiu”, comenta. Especificamente na Volvo, ainda foi negociada a garantia de emprego até dezembro deste ano.
A Volvo não recontratou os 430 funcionários demitidos no final de 2008 e existem cerca de 300 empregados ociosos neste momento. Os dias parados serão descontados no banco de horas dos trabalhadores.
Segundo Cid Cordeiro, economista do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Paraná (Dieese/PR), o acordo na Volvo e na Renault vai beneficiar 6 mil trabalhadores e gerar um impacto de aproximadamente R$ 37 milhões na economia paranaense.
Ele lembra que a negociação começou com a proposta, por parte das empresas, de apenas a reposição da inflação e encerrou com o aumento real de 3% mais o abono de R$ 2 mil.
“O custo dos dias parados era maior do que os valores do acordo. Se em um primeiro momento já houvesse entendimento, o custo financeiro seria zero para eles (empresas)”, explica.
Volks
Se na Renault e na Volvo houve consenso entre patrões e empregados, na Volkswagen-Audi as negociações ainda continuam. A empresa, que demorou até esta semana para oferecer sua primeira proposta de acordo, quer discutir apenas o abono, o aumento real e o desconto dos dias parados, enquanto o sindicato dos trabalhadores quer manter uma discussão sobre o adicional noturno. Uma nova reunião está programada para a manhã de hoje, na sede do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), em Curitiba.