Os funcionários da Volkswagen de São Bernardo, no ABC paulista, e da General Motors de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, paralisaram suas atividades ontem. Na Volkswagen, os trabalhadores querem forçar a empresa a abrir contratações. Na GM, os operários querem elevar a proposta de PLR (participação nos lucros e resultados) feita pela empresa.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ligado à CUT, a Volks elevou sua produção de veículos nos últimos tempos, mas não contratou nenhum funcionário. ?Os trabalhadores estão sobrecarregados. O trabalho na linha de montagem está cada vez mais acelerado e isso gera estresse entre os operários?, disse José Lopez Feijóo, presidente do sindicato.
Os funcionários da General Motors de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, entraram ontem no segundo dia de paralisação. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, a greve é um protesto contra a proposta de PLR (participação nos lucros e resultados) feita pela GM.
A empresa teria oferecido pagar uma PLR de R$ 2.280 em Mogi das Cruzes. O valor é menor que a proposta de R$ 4.050 feita para os trabalhadores de São Caetano, no ABC paulista, e para São José dos Campos (a 91 km de SP).
A GM informou que não comentaria os detalhes da negociação de PLR e que as negociações seriam suspensas até o retorno dos trabalhadores.
O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Mogi e Região, Jorge Carlos de Morais, o Arakém, disse que a atitude da empresa é um crime contra a organização do trabalho. ?Estão reprimindo o trabalhador?. Ontem, no final da tarde, metalúrgicos e empresas anunciaram que entraram em acordo e que a greve havia acabado.
A GM já anunciou a abertura de um PDV (plano de demissão voluntária) para os funcionários aposentados de São Caetano e de São José dos Campos.
A GM negou que o PDV represente uma redução do quadro de pessoal por conta dos juros altos. Segundo a montadora, foram contratados 2.000 funcionários no ano passado.