Greve para polo naval do Rio Grande

Os trabalhadores do Polo Naval do Rio Grande, no sul do Rio Grande do Sul, entraram na segunda-feira, 26, em greve para pressionar as empresas a aumentar o índice de reajuste dos salários da categoria. O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico de Rio Grande e São José do Norte estima que 90% dos 14 mil operários do segmento aderiram à paralisação, que terá tempo indeterminado.

Segundo o presidente da entidade, Benito de Oliveira Gonçalves, a categoria quer reajuste de 9,5% e vale-refeição de R$ 330 a R$ 400 por mês, índice e valores equivalentes ao que a indústria naval já ofereceu aos operários do Rio de Janeiro. “Falta apenas 0,2% e, mesmo assim, não querem dar”, destaca, lembrando que o salário básico no polo gaúcho é de R$ 960 enquanto no fluminense é de R$ 1,2 mil.

O maior prejudicado pela greve é o Estaleiro Rio Grande, da Ecovix, que está construindo oito cascos de navios para uso nos campos petrolíferos do pré-sal da bacia de Santos. A montagem de plataformas, feita por outras empresas, passa por um período de intervalo, mas será retomada em janeiro para atendimento de duas novas encomendas.

A Ecovix comentou em nota de três linhas que vai esperar o resultado da assembleia dos trabalhadores de hoje como mais uma etapa das negociações em andamento. Também em nota, o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, lembrou que é neste momento de negociação salarial da categoria que as pressões e mobilizações ocorrem.

Admitiu que a situação de pleno emprego na indústria da construção naval, com entregas que não podem atrasar, aumentam o poder de negociação dos trabalhadores. Ao mesmo tempo, destacou que este é “um momento em que a produtividade precisa ser aumentada para ampliar a competitividade em relação a estaleiros internacionais”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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