Muitos paranaenses nem precisaram sair de casa ou do trabalho para perceberem que a greve dos Correios teve início nesta quarta-feira (14). Isso porque, em muitos endereços da capital ou do interior do Paraná, a habitual visita dos carteiros simplesmente não ocorreu. Aliás, os trabalhadores responsáveis pela entrega e pela distribuição registraram 100% de adesão à paralisação por tempo indeterminado. O mesmo não se constatou na área administrativa e de atendimento, o que permitiu que várias agências ficassem abertas.
No total, 70% dos 6,2 mil trabalhadores do Paraná aderiram à greve, de acordo com o monitoramento do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR). Já a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) fala em 19,5% de empregados parados no Paraná e uma média de 32% de paralisação do efetivo de 110 mil pessoas em todo o País, com picos de no máximo 40% em alguns setores.
De qualquer forma, a diretoria dos Correios admitiu que algumas entregas poderão atrasar, mas ressaltou que estão sendo adotadas medidas para garantir o serviço à população. Apesar da garantia de manutenção das entregas de correspondências e encomendas, os serviços Sedex 10, Sedex Hoje e Disque-Coleta foram suspensos por se tratarem de serviços com horário marcado.
Quanto à greve, os Correios emitiram uma nota à imprensa afirmando que a empresa ofereceu todas as condições para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho 2011/2012. A empresa também comunicou aos grevistas que só retomará as negociações se os funcionários voltarem ao trabalho. “É um despropósito a empresa falar isso, já que ficamos 42 dias em negociação sem suspender as atividades, e não evoluímos muito”, rebate o secretário geral do Sintcom-PR, Luiz Antonio Ribeiro Souza.
Na assembleia realizada em Curitiba no final da tarde de hoje, o comando de greve decidiu por manter a paralisação. Amanhã, às 10h, os trabalhadores de Curitiba e Região Metropolitana farão um ato público em frente à agência dos Correios da João Negrão.
Proposta da EBCT
Durante entrevista coletiva realizada em Brasília, o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, informou que a proposta que a empresa havia feito na segunda-feira (12) previa um aumento salarial final de 13% para 64.427 empregados, ou seja, 60,14% do efetivo total da empresa. Com o início da paralisação, a proposta foi retirada. “Na conjuntura atual, em que existe uma preocupação com a crise financeira internacional, entendemos que um reajuste de 13% no piso salarial é bastante relevante. Só podemos lamentar a decisão tomada e chamar os trabalhadores a retornar para as atividades”, avaliou.
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