NEGOCIAÇÃO AVANÇA

Greve na Petrobras só será decidida na próxima terça-feira

Os petroleiros da Petrobras seguirão em atividade até a próxima semana, quando o Conselho Deliberativo da Federação Única dos Trabalhadores (FUP), no Rio de Janeiro (RJ), vai se reunir no dia 22 de novembro para decidir os rumos do acordo coletivo de trabalho 2011 ou uma nova data para o início da greve. A paralisação começaria nesta quarta-feira (16), porém, foi cancelada em função da contraproposta apresentada pela empresa na segunda-feira (14).

A ideia é de que até a reunião do conselho o contigente de funcionários da Petrobras que estão nas plataformas do norte fluminenses já tenham retornado para ajudarem a decidir sobre os rumos da campanha deste ano. O prazo também serve para que a empresa avance nos termos que ainda impedem o fechamento do acordo deste ano.

A coordenação do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro) está alinhada com a maioria dos sindicatos que, em termos gerais, consideram que as reivindicações econômicas foram contempladas, porém, os avanços sociais, sobretudo no que envolve a segurança e a saúde dos trabalhadores, ainda são insuficientes para o fechamento do acordo.

Segundo o presidente do Sindipetro, Silvanei Bernardi, os planos de organizar assembleias regionais nos estados para avaliar a nova proposta da empresa foram suspensos até a data da reunião da FUP. A decisão foi motivada pelo que ele classificou como “ações intimidatórias” por parte da empresa. “Aqui na Repar, os ônibus para a troca de turno passaram a ser vistoriados com o intuito de verificar se não havia presença de representantes do sindicato. Com essa truculência, resolvemos esperar pelo dia 22, já que não é nossa intenção passar por cima das cláusulas sociais para fechar o acordo”, aponta Bernardi. Mesmo sem uma nova data para a greve, a “Operação Gabrielli” – as mobilizações por segurança – terão continuidade na refinaria em Araucária.

Pelos termos do acordo, o reajuste da Remuneração Mínima por Nível e Regime (RMNR) ficará em 10,71%. Outro item bastante elogiado pela coordenação do movimento sindical é a inclusão do pagamento do feriado para os funcionários que trabalham em turno – a chamada “dobradinha”. “Na parte econômica, não temos do que reclamar”, admite Bernardi.

No que tange à segurança, o avanço destacado pelo sindicato foi a autorização para que os sindicatos participem das investigações de incidentes e acidentes registrados dentro do sistema Petrobras. “Até agora, somente em casos de mortes havia a presença do sindicato”, conta Bernardi

Contudo, na avaliação do Sindipetro, dois pontos foram completamente ignorados: a reposição do efetivo e a participação dos trabalhadores das plataformas nas reuniões da Sipat (Semana Interna de Prevenção a Acidentes de Trabalho). “Um dos objetivos em aguardar a volta do contingente nas plataformas é dar voz a quem está mais vulnerável aos acidentes de trabalho e que não tem participação na empresa”, explica Bernardi.

Quanto à ampliação do quadro de funcionários, só na Repar, na avaliação do Sindipetro, deveriam ser contratados mais 565 trabalhadores. “Estávamos afunilando neste item, a ponto de avaliar em quais áreas deveriam ser criadas as vagas, mas a empresa simplesmente não citou nada disso na contraproposta”, lamenta Bernardi. Ele diz que as negociações específicas sobre a reposição do efetivo já têm 70 dias e seguirão durante a campanha salarial. 

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