Greve na CSN não tem data para terminar

Ainda sem data para terminar, a greve dos funcionários da unidade de Araucária da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e da Indústria Nacional de Laminados (Inal) – empresa que presta serviços terceirizados à CSN – teve as negociações frustradas pelo não-comparecimento dos representantes do Rio de Janeiro, ontem, à reunião que negociaria as reivindicações dos funcionários, entre elas a de equiparação dos benefícios e salários concedidos a empregados de outras unidades da companhia. A paralisação já soma 14 dias.

Cerca de 80 funcionários, além de representantes do sindicato, esperavam pela reunião em frente à companhia na tarde de ontem. De acordo com a assessoria de imprensa da CSN, uma carta foi enviada na última segunda-feira (16) para o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba avisando sobre o cancelamento. Porém, o secretário-geral do sindicato, Clementino Vieira, afirmou ter tido acesso à carta somente ontem, minutos depois que a equipe de O Estado a recebeu da CSN e repassou-a à assessoria do sindicato.

?Eles mesmos haviam agendado essa reunião há uma semana. O sindicato não recebeu a carta e nem os funcionários foram avisados?, disse Clementino, que afirma não terem os representantes da unidade paranaense permissão para negociar diretamente com grevistas e sindicato. ?Se preciso iremos direto à matriz, no Rio de Janeiro, para negociar?, completou o secretário do sindicato, que considera o movimento ?já muito longo? e os funcionários, ?desgastados?. Ele afirmou, ainda, que será incluído nas negociações o pagamento das horas paradas. Hoje, funcionários e sindicato se reúnem em assembléia para discutir as diretrizes que a greve irá tomar.

A assessoria de imprensa da CSN, por sua vez, afirmou ter direcionado o equivalente da produção em Araucária para outras unidades da companhia, não havendo, portanto, nenhum levantamento sobre possíveis prejuízos ou problemas de fornecimento.

Mais uma

A Força Sindical divulgou nota em que afirma estar questionando junto aos conselhos Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) e de Administração do BNDES ?quais contrapartidas sociais a Companhia Siderúrgica Nacional está oferecendo com relação às suas solicitações de crédito ao banco oficial, que somam R$ 7 bilhões, e só deverão ser liberadas com apoio extra do FAT, principal provedor de recursos financeiros do BNDES?. Segundo a nota, os recursos deste fundo – FAT – são provenientes dos próprios trabalhadores.

A nota menciona, ainda, que ?os trabalhadores da CSN estão sendo tratados de forma humilhante pela empresa?, fazendo referência à greve em Araucária. (Lígia Martoni)

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