A principal central sindical da Argentina encabeçou uma greve geral de 25 horas nesta segunda-feira, a terceira feita em retaliação a políticas de ajuste promovidas pelo presidente do país, Maurício Macri. A greve manteve o transporte público, aéreo e naval inativos, além de escolas, bancos e da administração estatal.
O movimento, convocado pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) se mostrou com força na capital argentina devido à falta de circulação de ônibus, trens e metrô e foi respaldada por outros grupos, como organizações sociais e políticas que realizaram bloqueios nas principais vias de acesso a Buenos Aires.
Nas ruas da cidade, somente circularam nas primeiras horas do dia ciclistas, automóveis particulares e taxistas, que não se renderam à medida. A paralisação das atividades se cumpriu em um marco de um crescente descontentamento social pela alta inflação, a forte subida dos impostos de luz, água e gás e a investida de sindicatos para aumentar os salários em um teto superior ao fixado pelo governo de 15%.
Os apoiadores da greve também rechaçam o recente acordo das autoridades argentinas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) por um empréstimo de US$ 50 bilhões que demandará um corte maior dos gastos públicos. O governo aposta que o dinheiro vai estabilizar a economia do país.
Apesar de todos os protestos, o presidente argentino, Mauricio Macro, disse a jornalistas que a paralisação “não contribui com nada”. “Não houve em década um governo com tanta preocupação em gerar emprego”, rebateu.
Para o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, a paralisação “vai custar aos argentinos quase 29 bilhões de pesos”, o que seria o equivalente a US$ 1 bilhão.
Porém os dirigentes da CGT replicaram as autoridades que a greve, com uma alta adesão, pressiona que seja corrigido o atual plano econômico.
“O descontentamento transbordou o enquadramento sindical. Há apoio do comércio, pequenos proprietários que, como puderam, se manifestaram contra a desordem deste governo”, afirmou Juan Carlos Schmid, um dos três dirigentes da CGT. Fonte: Associated Press.