Greve dos vigilantes sem perspectiva de acordo

A greve dos vigilantes de transporte de valores entra hoje no sétimo dia, sem perspectiva de acordo. Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Vigilância de Curitiba e Região Metropolitana (Sindivigilantes), João Soares, não existe canal de negociação aberto com o sindicato patronal. Com a paralisação, a população está encontrando cada vez mais dificuldades em sacar dinheiro nos caixas de auto-atendimento, especialmente em shoppings e supermercados.

Para João Soares, a greve não termina enquanto as empresas de transporte de valores se recusarem a atender as reivindicações da categoria. "Se não abrirem as negociações, não voltaremos ao trabalho", afirmou ontem. "Não consigo entender. Ao invés de negociar, eles estão tentando outras formas de acabar com a greve", afirmou, referindo-se às ações de interdito proibitório apresentadas pelo sindicato patronal na Justiça. A última a conceder o interdito foi a Justiça do Trabalho, mas segundo Soares, o sindicato vai tentar derrubar.

No Paraná, o transporte de dinheiro é feito por quatro empresas – Prosegur, TGV, Proforte e Transbank. Juntas, elas transportam R$ 200 milhões por dia na Grande Curitiba e R$ 1 bilhão no Paraná. Há cerca de 1,8 mil funcionários de empresas de transporte de valores no Estado e, de acordo com Soares, a adesão à greve é de 100%.

Protesto

Ontem, para protestar contra a situação, integrantes do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana realizaram manifestações em frente às agências do Unibanco localizadas no centro de Curitiba: na Avenida Marechal Deodoro, na Avenida Marechal Floriano e na esquina entre as duas. As três agências permaneceram fechadas das 9 horas ao meio-dia.

"Solicitamos que a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) interferisse na greve, mas seus dirigentes disseram que a questão deve ser resolvida entre o sindicato dos vigilantes e o das empresas de transporte de valores, que vem agindo de maneira irresponsável e não está tomando providências para que a situação volte ao normal. A paralisação, além de estar prejudicando bastante a população, vem interferindo no trabalho dos bancários", revelou a presidente do Sindicato dos Bancários, Marisa Stédile.

Segundo ela, a greve faz com que haja acúmulo de dinheiro dentro das agências bancárias, comprometendo a segurança dos funcionários e clientes. Além disso, contribui com o aumento da fila e conseqüentemente da carga de trabalho dos bancários, pois muitos serviços estão deixando de ser executados nos caixas automáticos, onde já começa a faltar dinheiro. "A paralisação coloca em risco a vida dos bancários e usuários das agências", afirmou.

A greve teve início porque os agentes de segurança se recusaram a aceitar um reajuste salarial de 6% através do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A data-base da categoria é 1.º de fevereiro e os trabalhadores reivindicam, além de INPC integral, aumento de 4%, aditivo de risco de vida de 30% (hoje é 20%), fim da compensação de horas e vale-alimentação de R$ 12,00 (atualmente eles recebem R$ 10,00). O sindicato patronal tem considerado as reivindicações incoerentes e os funcionários devem continuar de "braços cruzados" por tempo indeterminado.

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