Cerca de 23 mil metalúrgicos decidiram cruzar os braços e paralisar a produção em 40 fábricas na região metropolitana de São Paulo, segundo o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. Trata-se da primeira grande greve do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
A greve, que vai durar tempo indeterminado, havia sido aprovada em assembléia realizada no último domingo pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Mogi e Região, ligado à Força Sindical.
Os trabalhadores decidiram entrar em greve para reivindicar reajuste salarial de 10%, percentual que representaria as perdas inflacionárias dos últimos meses. Outras fábricas devem ser paralisadas nos próximos dias.
Para a Força Sindical, o reajuste de 10,26% concedido aos metalúrgicos em novembro já foi inteiramente corroído pela alta dos preços.
Juruna informou que a greve começou pelas empresas metalúrgicas consideradas em melhor situação financeira. Entre elas, estão as fábricas de bicicletas Monark e Caloi. A Monark não quis comentar a greve. Já na Caloi nenhum telefonema feito pela reportagem foi atendido.
A maior empresa paralisada ontem, no entanto, é a fabricante de eletrodomésticos Continental.
O sindicalista também afirmou que ao menos uma fábrica – a Lopsa Indústria e Comércio de Parafusos – já aceitou reajustar o salários de seus 350 trabalhadores em 10%.