Melhor PLR

Greve dos metalúrgicos ganha força

Os metalúrgicos da Renault mantiveram, ontem, a greve iniciada na última sexta-feira (14), para forçar a empresa a melhorar a proposta de Participação de Lucros e Resultados (PLR) deste ano.

Agora, os trabalhadores ganharam a companhia dos funcionários da Bosch, que também cruzaram os braços ontem, por tempo indeterminado, pelo mesmo motivo. Hoje, pelo menos mais três grandes montadoras da Grande Curitiba, que também negociam o benefício, podem ter suas atividades paralisadas.

Na Bosch, que fica na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), a decisão foi tomada pelos funcionários do turno da manhã, e referendada pelo pessoal da tarde, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC).

Eles rejeitaram a última proposta oferecida pela empresa, de R$ 2,7 mil de adiantamento, ainda este mês, e um total de R$ 4 mil a R$ 5 mil, caso todas as metas sejam atingidas. Os cerca de 3,5 mil trabalhadores querem pelo menos garantir o mínimo de R$ 5 mil. Nova assembleia está marcada para hoje, às 6h.

A decisão de continuidade da greve na Renault-Nissan foi tomada também no início da manhã, em assembleia com os funcionários daquele turno. Os metalúrgicos da empresa querem uma PLR de no mínimo R$ 9 mil, equivalente à fechada recentemente na Ford, em São Bernardo do Campo (SP).

Mas a montadora não quer melhorar sua última proposta, cujo valor oscila entre R$ 6,2 mil e R$ 7,5 mil (com adiantamento imediato de R$ 4.750), dependendo do atingimento de metas.

Os trabalhadores, porém, alegam que os objetivos necessários ao recebimento do valor máximo são inatingíveis. Nova assembleia hoje, às 6h, deve definir os rumos da greve.

No total, trabalham no Complexo Ayrton Senna 5,2 mil pessoas ligadas diretamente à Renault-Nissan. Contando os terceirizados, o número sobe para 9 mil. A produção é de 760 veículos por dia. Como os grevistas bloquearam os acessos à planta, nenhum automóvel foi montado.

Hoje, há possibilidade de início de greves em pelo menos mais três montadoras da Grande Curitiba. A New Holland, na CIC, tinha prazo até ontem para melhorar sua proposta. Até o fechamento desta reportagem, ainda não havia informação sobre as negociações.

Com proposta ou não, os metalúrgicos se reúnem hoje para decidir se param. Assembleias também estão marcadas para hoje com os trabalhadores da Volvo, na CIC, que exigem PLR de R$ 10 mil, e na Volkswagen, em São José dos Pinhais, que desejam receber valor igual ao da Ford.

Nem só as gigantes do setor metal-mecânico estão sofrendo para aprovar suas propostas de PLR junto aos funcionários. Ontem, ainda, em Araucária, os metalúrgicos da Brafer, que tem cerca de 900 empregados, rejeitaram a proposta de R$ 1,9 mil e entraram em greve por tempo indeterminado. Hoje no início do dia deve haver nova assembleia para decidir o futuro da paralisação.

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