Uma nova proposta de acordo oferecida ontem pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) aos bancários, em greve há 13 dias, pode encerrar a paralisação a partir de quinta-feira.
Depois de terem uma proposta recusada em reunião no último sábado (9), os bancos ofereceram 7,5% de aumento (equivalente a um reajuste real, descontada a inflação, de 3,1%) e voltaram a conversar com o Comando Nacional dos Bancários, que gostou da proposta. As negociações, em São Paulo, começaram no final da manhã e invadiram a noite de ontem.
Independentemente do resultado da reunião, o provável fim da greve será decidido amanhã nas assembleias dos bancários, junto aos sindicatos regionais. Em Curitiba, a reunião acontece no final da tarde.
Enquanto isso, ontem, a greve seguiu firme, com várias agências fechadas em todas as regiões do Estado. Só em Curitiba e região, eram 273 estabelecimentos, fora os centros administrativos de alguns bancos. No total, cerca de 10,5 mil bancários não trabalharam por conta da paralisação.
As agências dos bancos HSBC e Bradesco abriram normalmente, graças a interditos proibitórios movidos contra o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.
As medidas judiciais impedem bloqueios nas portas dos estabelecimentos. No Itaú Unibanco, que também obteve um interdito, houve adesão espontânea à greve e várias agências não abriram.
Avanço
A nova proposta dos bancos privados – Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil tiveram negociações específicas – foi bem recebida pelos dirigentes dos sindicatos dos funcionários.
O presidente da Federação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro no Estado do Paraná (Fetec-PR), Elias Jordão, que é membro do Comando Nacional, avaliou a proposta como positiva.
“Avançou bastante depois de muita mobilização e união dos trabalhadores bancários. Agora é a vez dos trabalhadores avaliarem em assembléia essa proposta”, declarou, através de comunicado.
As negociações, à tarde e à noite, envolveram questões de saúde, condições de trabalho e segurança, além da definição sobre os dias parados. Na parte econômica, foi proposto um aumento de 7,5% nos salários até R$ 5.250.
Já os bancários que ganham acima disso podem receber um adicional fixo de R$ 393,75, ou ter a reposição da inflação (4,29%). O reajuste proposto nos pisos foi de 16,33%.
A Fenaban também propôs um aumento de 7,5% nas demais verbas e benefícios. A fórmula da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que é de 90% do salário, mais parcela de R$ 1.024, deve ser mantida, mas também reajustada em 7,5%.
Já o adicional de PLR passaria de R$ 2.100 para R$ 2.400. No entanto, os bancos pretendem reduzir o auxílio-creche de 83 para 71 meses, mas aumentando o benefício, que atualmente é de R$ 207, para R$ 261,33.